Um e-mail enviado por engano revelou uma política arbitrária de descomissionamento nos escritórios digitais do Banco do Brasil em São Paulo. Um gerente geral respondeu para o Regional indicando para descomissionamento, de forma arbitrária e fundamentada em critérios subjetivos, o nome de dois gerentes de carteira. Entretanto, ao invés de enviar a mensagem apenas para o Regional, que havia solicitado as indicações, o gerente-geral a encaminhou para toda a equipe da agência.
“O e-mail equivocado do gerente-geral acabou por revelar que o Regional responsável pelos escritórios digitais de São Paulo está solicitando indicações de gerentes de carteira para serem descomissionados. Por sua vez, o gerente-geral, mesmo com nenhum integrante da equipe apresentando baixa pontuação nos indicadores nas ultimas três avaliações, apresentou dois nomes de forma arbitrária”, relata o dirigente sindical e bancário do BB Antônio Netto.
O dirigente alerta para o fato de que gerentes de carteira que atuavam em agências físicas não tiveram sequer três meses de adaptação para atuar nos escritórios digitais.
“Nem mesmo se adaptaram às novas ferramentas dos escritórios digitais, a nova realidade de lidar com clientes somente de modo remoto, virtual, e já estão sob ameaça de descomissionamento. É preciso que o banco esclareça se a solicitação para que fossem indicados gerentes de carteira para descomissionamento aconteceu somente nessa unidade ou se a ordem foi emitida para todos os escritórios do BB Digital em São Paulo, pois já recebemos diversas denúncias de assédio em unidades subordinadas a esse mesmo regional", enfatiza Antônio.
Exposição
Além de revelar o descomissionamento arbitrário, o e-mail enviado por engano expôs diante de todos os colegas os dois gerentes de carteira indicados para perder a função.
“É um absurdo. Um desrespeito com os trabalhadores citados. Foi mencionado que os profissionais não tinham perfil, motivação, comprometimento. Isso em mensagem enviada para toda a equipe. Um caso típico de humilhação, assédio moral. Mostra o total despreparo tanto do gerente-geral, que expôs os bancários, quanto do Regional, de quem partiu a ordem para o descomissionamento”, critica o dirigente.
Cobrança
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região está acompanhando de perto a situação e cobra do banco que esclareça se existe uma política de descomissionamento nas agências digitais de São Paulo e que, se de fato existir, seja interrompida imediatamente.
“Um ato falho de um gestor trouxe à tona uma política de descomissionamento arbitrário nos escritórios digitais de São Paulo. O que é inadmissível e deve cessar imediatamente. Essa é a posição do Sindicato. Além disso, o banco tem de tomar providências quanto a exposição humilhante que sofreram os dois colegas expostos no e-mail. Vamos acompanhar de perto a situação desses trabalhadores e tomar todas as medidas cabíveis para garantir os direitos dos bancários que atuam nos escritórios digitais do BB”, conclui Antônio.