Sindicato denuncia descaso do banco privado que mais lucra no Brasil
O Itaú continua demonstrando uma postura de completa soberba em detrimento ao tratamento digno ao ser humano e, mais uma vez, as agências em Rondônia voltam a ser palco do descaso e da humilhação por que passam funcionários, clientes e usuários. Na quarta-feira (17), os bancários pararam a unidade da avenida Nações Unidas, em Porto Velho.
A paralisação ocorreu após os diretores do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB/RO) visitarem a agência, onde se depararam com o cenário sombrio de filas gigantescas, máquina de senhas com problemas, funcionários acumulando funções e, sobretudo, sendo obrigados a “estrangular” o horário de almoço para não deixar de atender os clientes e usuários.
“Como podemos ver, os funcionários estão, literalmente, a pão é água, já que não podem sair nem para almoçar. É um descaso, um desrespeito total com o ser humano. Sem falar que, com a demora no atendimento – devido à falta de funcionários – o banco volta a não cumprir com as Leis das Filas, sejam elas federal, estadual ou municipal. Isso não pode continuar assim. O banco tem que contratar mais funcionários com urgência”, disse o presidente do Sindicato, José Pinheiro.
“Os funcionários nem lembram mais a última vez que tiveram a chance de almoçar. Até para ir ao banheiro ou beber água fica difícil para estes colegas. Por serem poucos o atendimento é demorado para a demanda de muita gente e, eventualmente, acabam sendo vítimas da revolta dos clientes e usuários. Mesmo chegando cedo (7 horas) e saindo tarde (22 horas) da agência, trabalhando redobrado, ainda são agredidos verbalmente, e tudo por culpa do banco. É uma situação que beira o descaso total com o ser humano”, avaliou o diretor jurídico do Sindicato, José Toscano, que é funcionário do Itaú.
Após esta visita, os dirigentes repetiram o ato feito também na agência da avenida Jatuarana.
Apesar de trabalhar com uma estimativa de lucro recorde de R$ 17 bilhões para este ano, o Itaú insiste em fechar os olhos para um quadro de caos que se instalou em suas agências, com a carência no quadro funcional que compromete totalmente o bom atendimento ao público em geral.
DISCRIMINAÇÃO
O Itaú também age com discriminação à população quando, em suas agências, faz questão de mostrar, via aviso, que não recebe títulos de outros bancos e recebe apenas de quem é correntista do banco.
“Todo mundo sabe que banco é uma concessão pública e, portanto, não tem que fazer discriminação de que tipo de pessoa ele deve ou não receber o título. Isso é uma vergonha e mais uma demonstração de desrespeito com o cidadão”, avaliou o secretário geral do Sindicato, Euryale Brasil.
PERSEGUIÇÃO
Além de todas estas irregularidades que atingem diretamente a população como um todo, o Itaú também cria um clima de caos dentro do ambiente de trabalho. Denúncias dão conta de que o Superintendente Moacir Lopes, que responde pelos estados de Rondônia, Amazonas, Acre e Roraima, faz teleconferências com os funcionários, e isto em dias de pico e em pleno horário de atendimento ao público e, assim como faz por meio de ligações telefônicas, assedia os trabalhadores e faz a cobrança do cumprimento das famigeradas metas abusivas.
“E sabemos que este superintendente faz piadinhas com os funcionários, e os humilha com afirmações como ‘Tira a muleta! Quero as metas cumpridas’, ou seja, uma prática descarada de assédio moral que deve ser combatida com rigidez”, conclui Pinheiro.