Em meio a um dos piores cenários já enfrentados pela classe trabalhadora, por conta do golpe que possibilitou a aprovação da reforma trabalhista e terceirização ilimitada, dentro desse patamar de retirada de direitos a categoria bancária conseguiu conquistar algum ganho real (1,31%), quando a maioria das categorias ficou com apenas a inflação, ou sequer teve isso. Para a categoria bancária, o reajuste salarial final foi de 5% para salários e todas as demais verbas, como vales alimentação e refeição, 13ª cesta, auxílio creche/baba, parte fixa da PLR. No Banpará, além da renovação do acordo coletivo anterior, a campanha nacional fechou com algumas conquistas novas importantes.
“Num acordo, não tem essa de quem ganhou ou quem perdeu, a categoria conquista melhores salários e condições de trabalho e nesse ano, mesmo em uma realidade totalmente desfavorável conseguimos avançar, sem precisar de uma greve, que é um dos instrumentos importantíssimo que temos de luta, mas o diálogo sempre será o melhor caminho”, destacou o presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Gilmar Santos.
No Banpará, as conquistas foram ainda maiores: anuênio de R$ 100,00 (a cada ano trabalhado); incorporação de função para quem tenha 10 anos em diversas funções, na forma da Súmula 372 do TST e a ultratividade do Acordo Coletivo de Trabalho – ACT (após o acordo de 2 anos, ficam garantidos os direitos conquistados nesta mesa e no presente acordo até que um novo seja firmado).
“Esses três itens são de fundamental importância na valorização e reconhecimento de todos os nossos colegas de trabalho que há anos eu represento e defendo com muito orgulho. Destaco mais dois pontos: o anuênio que só existe hoje para todos e todas porque lá atrás, no período neoliberal do Fernando Henrique Cardoso, resistimos e não vendemos nosso anuênio. Também, a licença prêmio, que passa para 10 dias por ano. Como bancária do Banpará, assino com alegria o acordo que ajudei a construir ponto a ponto, ouvindo colegas, a categoria, o sentimento do que era melhor. Não arrancamos tudo o que reivindicamos, mas esse acordo é um bom ponto de partida”, disse emocionada a diretora do Sindicato, da CUT-PA, da Fetec-CUT/CN e bancária do Banpará, Vera Paoloni.
Todas essas conquistas estão no ACT 2018/2020 assinado no final da manhã de hoje (1º), na matriz do banco em Belém, que contou, pela primeira vez, com a presença da presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. “É com uma enorme satisfação que participo desse momento tão importante da nossa Campanha Nacional, em especial do Banpará, que hoje é referência para os demais bancos públicos em mesa de negociação por trazerem conquistas que vão além da nossa Convenção Coletiva de Trabalho. Importante também reforçar o papel do Banpará enquanto um banco público importante no desenvolvimento do Estado”, ressaltou a dirigente sindical.
Para a vice-presidenta da CUT Nacional, Carmem Foro, central à qual o Sindicato é filiado, “a categoria bancária é exemplo de luta, organização, combatividade e capacidade de articulação e diálogo. É a única categoria que pós ‘reforma’ Trabalhista garantiu a manutenção da Convenção Coletiva de Trabalho e ganho real no salário, já que nas demais, o que se tem aprovado, conforme orientação do próprio Governo Federal é apenas reposição da inflação”. Outas categorias, nem isso”, afirmou.