O Santander contratou 140 caixas terceirizados para atuarem em 122 agências pré-definidas em todo país. A notícia foi divulgada nesta quinta-feira, dia 10, por meio da Instrução Transitória nº 0241. As contratações se dão durante uma intensa onda de demissões, que já vitimou mais de 200 bancários somente este ano.
“A terceirização de atividades fim de qualquer empresa é ilegal e imoral, não tem como o banco fugir desse fato. Jamais iremos aceitar essa imposição do Santander, que é um ataque aos direitos de seus funcionários e à Convenção Coletiva dos bancários”, afirma Paulo Stekel, diretor da Contraf-CUT e funcionário do banco.
Os trabalhadores serão admitidos pela empresa Tradição Planejamento e Tecnologia de Serviços Ltda pelo prazo de três meses. Na comunicação interna, o banco afirma estar iniciando um “projeto de Atendimento provisório”. A comunicação traz ainda instruções sobre como seus gestores devem lidar com possíveis fiscalizações por parte do Ministério do Trabalho. Caso haja questionamento do Fiscal do Trabalho, com relação à prestação do serviço “terceirizado”, deverá informá-lo que: trata-se de contratação de serviços “temporários”, para a função de Caixa-Executivo, contratados “em razão do aumento repentino de volumes”.
Para Paulo Salvador, presidente da Associação dos Funcionários do Banco Santander, essa alegação é absurda. “Sabemos do volume de trabalho dos bancários do Santander e isso não é de hoje. O banco está demitindo trabalhadores e pressionando outros a pedir demissão e iniciando um processo de terceirização que é uma vergonha nunca vista no sistema financeiro”, ressalta.
A Contraf-CUT orienta seus sindicatos filiados a se mobilizarem no sentido de informar suas bases a respeito das medidas do banco e ficarem prontos para o enfrentamento. Além disso, irá informar o Ministério Público do Trabalho sobre essa atitude do Santander e estudar medidas legais que possam ser tomadas para impedir o prosseguimento da medida.
