Cerca de cinco mil manifestantes participaram nesta quinta-feira, dia 21, pela manhã, do ato público, no Centro do Rio de Janeiro, em defesa da Petrobrás e por uma legislação que garanta o controle estatal e social das reservas de petróleo e gás. A CUT e a FUP tiveram a iniciativa de organizar o ato, que obteve apoio e participação de outras centrais e de diversos movimentos sociais. Reuniu estudantes, sindicalistas, trabalhadores, militantes sociais, parlamentares e partidos políticos, reforçando a unidade nacional das frentes de esquerda em defesa da soberania nacional.
Os manifestantes iniciaram o ato às 9 horas, na Candelária, e seguiram pela Avenida Rio Branco, que foi fechada, por volta das 11 horas, durante a passeata. O ato prosseguiu em frente ao edifício sede da Petrobrás, na Avenida Chile, onde trabalhadores, estudantes, militantes sociais e parlamentares deram as mãos, formando um cordão que contornou todo o prédio da estatal.
Ao som do Hino Nacional, os manifestantes realizaram um abraço simbólico do prédio da Petrobrás, repudiando a tentativa da direita de retomar o projeto de privatização da maior empresa do país. A manifestação terminou por volta das 14 horas.
O coordenador da FUP, João Antonio de Moraes, encerrou o ato com uma fala dura contra a oposição, que quer explorar a CPI da Petrobrás para tentar detonar as possibilidades de elaboração de um novo marco regulatório para o pré-sal. A CUT, a FUP e os movimentos sociais defendem uma nova lei do petróleo garanta soberania brasileira sobre a exploração das jazidas recém-descobertas e, mais que isso, que os resultados financeiros sejam aplicados num fundo soberano e destinados, prioritariamente, a políticas públicas de saúde, educação, infraestrutura, pesquisa e segurança, entre outros.
“Queremos o controle sobre o pré-sal nas mãos do povo brasileiro. É uma riqueza gigante que deve ser destinada para fortalecer e consolidar políticas de Estado que garantam distribuição de renda e diminuição das desigualdades”, afirmou Moraes, no discurso em frente à sede da Petrobrás.
“Essa CPI é uma tentativa do PSDB e do ex-PFL, os mesmos que acabaram com várias empresas estatais e que abriram nossas jazidas de petróleo para a exploração de multinacionais e remessas de lucros para outros países, de barrar os movimentos sociais que lutam pela idéia de uma política de energia soberana, que ajude o Brasil a ser um país justo e a ocupar uma posição mais forte no cenário internacional”, explica o dirigente. “Mas essa luta vai ganhar mais força”, avisou.
O ato público desta quinta-feira integra a campanha nacional O Petróleo tem que ser nosso!, que tem mobilizado os principais movimentos sociais do país na luta por uma nova Lei do Petróleo, que garanta o controle estatal e social sobre o setor. Caravanas de petroleiros vindas da Bahia, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Norte Fluminense somaram-se aos petroleiros do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias, presentes à manifestação. Caravanas de metalúrgicos de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo também compareceram ao ato.
Uma nova manifestação em defesa da Petrobrás e por uma nova legislação para o setor petróleo será organizado em Brasília. Na próxima segunda-feira, 25, os movimentos sociais realizam em Recife (PE), um debate sobre o restabelecimento do monopólio estatal do petróleo.
Entidades presentes na manifestação desta quinta-feira:
Federação Única dos Petroleiros (FUP), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Intersindical, Conlutas, União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia, Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina, Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais, Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo, Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo, Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias, de Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, Sindicato dos Bancários do Rio, Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio, Sindicato dos Portuários do Rio, Sindicato dos Advogados do Rio, Sindicato dos Engenheiros do Rio, Sindicato dos Portuários do Rio, entre outras entidades.
Partidos políticos que enviaram parlamentares e representantes para o ato:
PT, PCdoB, PSB, PCB, PSOL e PSTU.