A reunião marcada para esta quinta-feira (23) entre dirigentes do SindBancários e Fetrafi-RS e os diretores do Banrisul, para tratar das demandas da campanha salarial, foi adiada para a sexta-feira, 24. Comando Nacional dos Banrisulenses e representantes da diretoria do Banrsiul se reúnem na quarta mesa de negociação a partir das 10h, desta sexta-feira, 24/8, na sede da Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul (ASBANCOS) na Rua dos Andradas, 1.234, 17º andar.
Desde que as negociações começaram em 6 de agosto, a diretoria do Banrisul insiste em dizer na mesa de negociação que vai esperar a Fenaban, quer dizer, o desfecho de uma negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a os representantes dos bancos em São Paulo. Até as 16h, desta quinta-feira, 23/8, a oitava mesa de negociação com Fenaban estava emperrada. Os banqueiros ofereceram aumento real de 0,5%, considerado insuficiente pelos representantes dos bancários, e retiraram conquistas históricas da categoria. Uma das propostas quer retirar a integralidade do pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para bancárias em licença-maternidade.
Nesta quarta-feira, 23/8, a diretoria do Banrisul solicitou o adiamento em função da mesa que segue em São Paulo. “O motivo alegado pelos representantes do banco foi que ainda não havia terminado a reunião da Fenaban, em São Paulo. Para avançar na nossa pauta específica, eles dizem que precisam ter o resultado das negociações em São Paulo. E a partir daí, avaliar a repercussão e o impacto sobre as demandas em relação ao Banrisul”, diz a banrisulense Denise Falkenberg Corrêa, também diretora da Fetrafi-RS.
Diante do impasse, os bancários já realizaram duas paralisações nacionais de agências e uma caminhada. As mobilizações ocorreram em Porto Alegre com a paralisação de agências na região central na quarta e quinta-feira, dias 22 e 23 de agosto. Na quarta-feira, também, ocorreu caminhada dos bancários pelas ruas do centro de Porto Alegre.
Fenaban: proposta ruim
Para a sindicalista, a proposta da Fenaban é muito ruim para a categoria. “Além de não estarem dispostos a avançar em direção às nossas demandas, a proposta deles pretende impor retrocessos no vale-transporte e, entre outras coisas, reduz a PLR das trabalhadoras que estão em licença-maternidade, assim como dos bancários afastados em licença-saúde”.
Denise lembra que na reunião anterior com os representantes do Banrisul, na quarta-feira, 23, os bancários apresentaram uma série de pontos específicos que precisam ser respondidos pelo banco. “São demandas que foram escolhidas exatamente por contemplarem a totalidade dos banrisulenses”, diz a diretora da Fetrafi-RS. Nem todas elas representam aumento de gastos para o banco, mas têm impacto direto na melhoria e democratização das relações de trabalho”, completou.
A reunião acontece às 10h desta sexta-feira, 24/08, na sede da Associação dos Bancos do RS (ASBANCOS), na Rua dos Andradas, 1234 – 17º Andar – Centro Histórico, Porto Alegre).
Veja abaixo os pontos debatidos pelo Comando que aguardam resposta do Banrisul
1) Renovação do Acordo Coletivo de Trabalho.
2) Não terceirizar a atividade-fim realizada pelos Banrisulenses.
3) Todos os empregados terão acesso à taxa de juros reduzidas em todas as linhas de crédito, abaixo das menores taxas praticadas pelo banco no cheque especial e consignado.
4) Aumento de 50% do número de promoções em relação aos atuais padrões do Banrisul.
5) Comprometimento por parte do banco de estabelecer debate específico com as representações sindicais para democratizar a construção de estratégias de pensar o futuro do Banrisul.
6) O Banrisul se compromete em assumir o pagamento do salário do empregado que tiver alta do INSS, mas que continue incapacitado de voltar ao trabalho conforme atestado médico.
7) Os processos seletivos internos para funções comissionadas deverão ser feitos por provas objetivas, com inscrições abertas a todos os colegas. Os processos de descomissionamento, ascenso e descenso também devem ter critérios transparentes e bem definidos.
8) O Banrisul dotará as instalações de seus estabelecimentos (agências, postos de atendimento) de condições adequadas e eficientes de segurança contra roubos, sequestros e extorsões, tendo como objetivo a proteção à vida dos trabalhadores bem como dos usuários dos bancos. Também irá garantir a integridade física e psicológica dos trabalhadores.
Calendário de mobilização dos Banrisulenses
15/6: Entrega da pauta de reivindicações específica dos Banrisulenses à diretoria do Banrisul na DG em Porto Alegre.
6/8: Primeira mesa de negociação entre o Comando Nacional dos Banrisulenses e a diretoria do Banrisul.
10/8: Na segunda mesa de negociações entre Comando Nacional dos Banrisulenses e a diretoria do banco, há avanços na negociação. Participação dos Banrisulenses no Dia do Basta tira diretoria da zona de conforto. Tom da direção muda e assinatura de pré-acordo é sinalizada.
15/8: Terceira mesa de negociação entre o Comando Nacional dos Banrisulenses e a diretoria do Banrisul debate urgência em renovar acordo coletivo anterior. Comando apresenta destaques para negociar como avanços a um novo acordo coletivo específico para os Banrisulenses.
Veja resumo da proposta da Fenaban rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários
• Retirada do salário substituto (cláusula 5ª);
• Fim da PLR integral para bancárias em licença-maternidade e afastados por acidente ou doença (esses trabalhadores receberiam PLR proporcional ao período trabalhado);
• Querem compensar, caso percam na Justiça, as horas extras pagas como gratificação de função conforme a cláusula 11ª da CCT. Esse item não vale para os bancos públicos, que têm Plano de Cargos e Salários (PCS). A proposta foi rejeitada e o Comando quer negociar PCS para todos;
• Alteração da cláusula do vale-transporte, rejeitada porque ficaria pior do que a lei (cláusula 21ª);
• Fim da cláusula que proíbe a divulgação de ranking individual (cláusula 37ª);
• Retirada da cláusula que previa adicional de insalubridade e periculosidade porque está na lei (cláusula 10ª);
• Querem flexibilizar o horário de almoço de 15 minutos para 30 minutos na jornada de seis horas (exceto para teleatendimento e telemarketing);
• Fim do vale-cultura (cláusula 69). Comando quer que permaneça para que o direito esteja garantido caso do governo retome o programa;
• Retirada da cláusula que garantia a homologação de rescisão contratual nos sindicatos;
• Aqui um avanço: garante o parcelamento do adiantamento de férias em três vezes, a pedido do empregado;
• Outro avanço: mantém o direito do hipersuficiente à CCT (quem ganha mais de R$ 11.291,60;
• Mantém o direito ao adiantamento emergencial para quem tem recurso ao INSS por 90 dias. Os bancários querem 120 dias.