5ª Conferência Mundial de Mulheres da UNI Global debate combate a desigualdade de gênero

Com o slogan “Making it happen”, 451 sindicalistas mulheres de 66 países e 160 entidades sindicais diferentes estão reunidas em Liverpool, Reino Unido, na 5ª Conferência Mundial de Mulheres da UNI Global, sindicato global que representa mais de 20 milhões de trabalhadores de 900 sindicatos do setor de serviços em diversos países do mundo. Entre quinta e sexta-feira (14 1 15), as participantes discutiram os problemas e avanços que tiveram em seus países para concretizar os objetivos estratégicos dos afiliados da UNI Global Union: igualdade de oportunidades na sociedade e no local de trabalho; combate à violência de gênero; e a luta pela ratificação, em todos os países, da convenção da OIT sobre combate a violência de gênero, construída na última conferência do organismo vinculado à ONU. A ratificação da Convenção da OIT requer pressão sobre os governos para sua implantação.

“É importante participarmos desse tipo de evento para vermos que a luta contra o machimos e a desilgualdade de generos é comum em todo o mundo. No Brasil, o golpe sofrido pelos trabalhadores tem efeitos muito mais nocivos sobre as mulheres, que ainda estão nos cargos de menor salário, mais precarizados e mais vulneráveis. Por isso temos que nos inspirar com os casos apresentados aqui”, relatou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT.

Segundo o IBGE, em 2017 o salário médio pago às mulheres foi apenas 77,5% do rendimento pago aos homens no Brasil. Enquanto eles receberam, em média, R$ 2.410, elas ganharam R$ 1.868.

No Brasil, a OIT estima que a taxa de participação feminina no mercado de trabalho em 2017 era em torno de 56% – uma diferença de 22,1 pontos percentuais em comparação com a participação masculina, estimada em 78,2%.

Relatório da OIT aponta que reduzir as desigualdades de gênero em 25% até 2025 poderia adicionar US$ 5,8 trilhões para a economia global e aumentar as receitas fiscais.

No Brasil, o efeito seria um aumento de até R$ 382 bilhões ou 3,3% no PIB e um acréscimo de até R$ 131 bilhões em receita tributária.

A discriminação de gênero é uma realidade também no setor bancário. Em abril de 2018, as bancárias mulheres foram contratadas com média salarial de R$ 3.245, o que equivale a 72% do salário médio dos bancários homens, que no mesmo mês foram admitidos com média salarial de R$ 4.488. As bancárias demitidas recebiam, em média, R$ 5.549, equivalente a 73% do salário médio dos homens desligados que ganhavam R$ 7.579. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

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