“Precisamos de um banco para conduzir uma política em favor da sociedade?”. Essa foi a provocação do último painel do 31º Congresso Nacional Funcionários do Banco do Brasil, na tarde deste domingo (12).
Para falar da importância do Banco do Brasil, o deputado federal Christino Áureo (PP-RJ) resgatou sua própria história, pois começou a trabalhar na instituição aos 14 anos, como aprendiz. “O Banco do Brasil é muito maior do que os seus mais de 200 anos. As histórias do BB e do Brasil se fundem, para o bem e para o mal. Acredito que para a frente será muito mais para o bem”, afirmou o parlamentar no início de sua fala ao abrir o eixo 3 do 31º Congresso dos Funcionários do BB. O tema era “Precisamos de um banco para conduzir uma política em favor da sociedade?”.
O deputado lembrou o episódio da reunião ministerial de 22 de abril deste ano, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes se referiu ao Banco do Brasil com palavrões e defendeu a sua privatização. “É muito claro que o ministro ofendia não só os funcionários do BB quando ele xingou naquela reunião fatídica. Ele não estava xingando o BB como uma placa, mas xingava a história de milhares de pessoas que trabalharam no banco e de milhões que dependem da instituição”, afirmou Christino Áureo.
O contraponto ao pouco caso que Guedes fez do Banco do Brasil é, de acordo com o deputado do PP, o papel dos bancos públicos em outros países, como ferramentas para garantir a retomada econômica diante do impacto da pandemia do coronavírus. “Alemanha aplica quase 1,1 trilhão de euros na recuperação da sua economia, aplicados pelos bancos públicos alemães. Independentemente de ideologia, o papel dos bancos públicos é fundamental na retomada das economias no mundo todo, as economias todas sendo protegidas pelos seus governos. Temos que copiar aquilo que se vê no mundo”, declarou o parlamentar.
Jilmar Tatto, ex-secretário Municipal de Transportes e candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à Prefeitura de São Paulo, começou a sua fala dizendo que o Banco do Brasil é fundamental para o povo brasileiro. “Para salvar o Brasil e o Banco do Brasil nós temos que falar claramente ‘Fora Bolsonaro’. Porque ele é o presidente da morte, ele é o presidente que não respeita a soberania, ele é o presidente que não respeita as instituições, ele é o presidente racista, fascista, xenófobo, autoritário. Então, quando se fala ‘na luta’, se o Bolsonaro continuar na Presidência da República, não tem salvação.”
Para o político, o Brasil vai precisar – no pós-pandemia – de alguém que lidere o processo de retomada do crescimento econômico, o processo da volta do emprego. “Hoje tem mais gente desempregado do que gente empregada, tem mais gente na informalidade do que na formalidade. E para enfrentar a desigualdade social precisa do Estado, um Estado protetor, que cuida dos mais frágeis, um Estado que presta serviços na saúde: olha se não fosse o Sistema Único de Saúde o que seria da população nesta pandemia.”
Tatto disse ainda que só com um Estado forte será possível a volta do crescimento econômico, a volta da geração de emprego e uma política de recuperação das empresas. “Para proteger o micro, o pequeno, o médio e o grande empreendedor nós vamos precisar do Estado. E o Estado é BNDES, Estado é Petrobras, Estado é Eletrobras, Estado é Caixa Econômica e Estado é Banco do Brasil.”
O candidato à Prefeitura de São Paulo disse ainda que o BB serve para regular o setor bancário. “Nós vamos precisar de um banco fortalecido. E como ele se dá, na luta, na resistência, com uma grande frente na defesa do Banco do Brasil. Se nós não fizemos isso, se não ganharmos corações e mentes do povo brasileiro, da importância que tem o Banco do Brasil no seu cotidiano, na sua vida, vamos sentir a fúria do Guedes por privatização. A nossa chance é fazermos a mobilização popular.”
A vice-governadora do Piauí, Regina Sousa, também foi convidada para a mesa, mas por problemas de conexão não pôde acompanhar o debate.