A 3ª Reunião Conjunta das redes Sindicais de Bancos Internacionais foi um momento importante para os trabalhadores do Unibanco no Brasil e no Paraguai. Foi a primeira reunião dos funcionários, consolidando um processo de cooperação que já vem ocorrendo entre os dois países.
As comissões de representação dos dois países irão agora procurar o banco para instituir uma mesa internacional de negociação para equiparar os direitos dos trabalhadores dos dois países. Dois pontos importantes nesse sentido são Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e remuneração variável, direitos que os 420 funcionários do Interbanco não possuem. Apenas altos cargos recebem esse tipo de remuneração, além de gerentes cujas agências conseguem cumprir metas elevadas.
Maior banco do Paraguai em número de clientes, o Interbanco oferece condições precárias para seus trabalhadores. Os funcionários são contratados para cumprir uma jornada de sete horas diárias, mas acabam trabalhando de dez á quatorze horas por dia, sem o pagamento de horas extras, desrespeitando a lei e a Convenção Coletiva dos trabalhadores do banco.
Perseguição – O caso da demissão de Marisol Rojas, sindicalista e bancária do Interbanco, também será discutido com o banco pelos dois países. No início deste ano, o Interbanco demitiu Marisol de forma irregular. Ela é dirigente sindical e o acordo coletivo entre banco e trabalhadores paraguaios garante estabilidade para sindicalistas. Além disso, a bancária estava grávida, o que lhe dá garantia de emprego pela lei paraguaia.
Sindicalistas acreditam que o motivo da demissão é que Marissol estava a sete meses de completar dez anos como funcionária do banco, o que, pela lei paraguaia, garante estabilidade no emprego a qualquer trabalhador.
A Federação dos Trabalhadores Bancários e Afins do Paraguai (Fetraban) e o Comitê Executivo do Sindicato dos Empregados do Interbanco, do qual Marisol é diretora, entre outras iniciativas, procuraram a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro do Brasil (Contraf-CUT) para que denunciasse o Unibanco ao Ponto de Contato Nacional (PCN), órgão responsável por garantir o cumprimento das resoluções da OCDE sobre o funcionamento de empresas multinacionais. A denúncia contra o Unibanco foi apresentada pela entidade brasileira, juntamente com a Central Única dos Trabalhadores do Brasil (CUT), e está sendo avaliada pelo PCN.