26º Conecef encaminha para plenária final temas específicos debatidos em grupos

Júnior Barreto e Evando Peixoto
Rede de Comunicação dos Bancários

Durante todo o sábado, dia 29, os delegados do 26º Conecef debateram os temas específicos em quatro grupos. Os relatórios seguem para plenária final neste domingo, aonde serão debatidos e aprovados. O evento ocorre no Holliday Inn, em São Paulo.

Veja abaixo uma síntese dos principais pontos destacados em cada um deles.

Isonomia, carreira e jornada

Os debates do grupo temático colocaram isonomia de direitos entre empregados novos e antigos como tema central para a campanha salarial deste ano. Entre as propostas para referendo da plenária final do 26º Conecef está a de realização de encontro nacional para ampliar a discussão sobre o tema e aprimorar a estratégica de mobilização, inclusive na perspectiva da unificação de iniciativas com trabalhadores de outras empresas públicas.

O encontro nacional sobre isonomia, caso seja aprovado em plenária, deverá ocorrer antes da Conferência Nacional dos Bancários, marcada para os dias 23, 24 e 25 de julho.

As discussões resultaram também em reforço às reivindicações do movimento dos empregados da Caixa para o Plano de Funções Gratificadas (PFG), entre as quais a valorização das funções e a extensão do CTVA.

Com relação à jornada de trabalho, a exigência é de seis horas para todos os bancários da Caixa, sem redução de salários. Será submetida também à apreciação da plenária a proposta de criação de dois turnos nas agências e outras unidades da empresa.

Funcef/Prevhab e aposentados

O reconhecimento pela Caixa do CTVA como verba salarial para efeito de aporte à Funcef figura entre as principais propostas a serem analisadas pela plenária final do congresso. São também destaques as exigências de eliminação do voto de Minerva nas instâncias de gestão da Funcef, de fim das discriminações aos participantes do REG/Replan não-saldado e de mudança do método de custeio desse plano de benefícios.

No tocante aos aposentados, o grupo temático reafirma a necessidade de recuperação do poder de compra dos benefícios com aporte de recursos feitos integralmente pela Caixa, assim como da extensão do auxílio-alimentação e da cesta-alimentação, entre outras.

Segurança bancária, reestruturação da Caixa e correspondentes bancários

O secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, fez a abertura com exposição sobre as principais questões que envolvem a segurança bancária.

Em seguida, os delegados iniciaram os debates, encaminhando a proposta para que as empresas divulguem as reais estatísticas de todos os crimes e delitos que acontecem nas agências, uma vez que não há acesso aos dados de forma concreta.

Outra cobrança foi para que a Caixa implemente de maneira integral todos os componentes de segurança no projeto Agência Segura. Que possua ambiente com imagens via satélite, porta de seguranç antes do autoatendimento nas agências, vidros blindados nas fachadas, divisórias na bateria de caixas e entre os caixas eletrônicos, vidro nos guichês de caixas etc.

Ainda foi proposto que a empresa aplique a vigilância orgânica. Ou seja, que todos os vigilantes sejam empregados da Caixa, a fim de que os prossinais de segurança sejam bem treinados e valorizados. Também foi destacado que os cofres não fiquem visíveis ao público e que as câmeras focalizem o interior completo das agências, inclusive o lado externo, voltadas para calçada e estacionamento.

Além disso, foi exigido o fim da cobrança de tarifas para transferência bancária quando o cliente for sacar benefícios sociais, como o FGTS, visando reduzir a circulação de dinheiro e evitar os assaltos na “saidinha de banco”.

Todos os delegados foram contra a reestruturação em curso no banco, que vem sendo aplicado em vários setores da empresa, cujo modelo é desconhecido pelos empregados.

Os delegados também exigiram o fim do correspondente bancário. Trata-se de uma forma de terceirização usada para dizer que promove a bancarização. Na prática, porém, desvirtua o papel do correspondente, pois terceiriza e precariza os serviços, traz insegurança, em vez de levar o atendimento bancário a lugares remotos, aonde os bancos não chegam, como a população ribeirinha.

Saúde do trabalhador e Saúde Caixa

Entre as questões destacadas pelo grupo temático consta a criação de unidades específicas para Saúde do Trabalhador e Saúde Caixa, em todos os estados. Também estão sendo cobradas estruturas técnicas e administrativas compatíveis com suas atribuições, eliminando a terceirização de atividades.

Outro ponto em destaque foi a realização obrigatória de avaliação psicológica do empregado, com profissional de sua escolha, para empregado que tenha sido transferido sem sua concordância, como prevenção ao assédio moral e outras forma de violência organizacional. Também entraram em pauta a criação de auxílio medicamento custeado integralmente pela Caixa para patologias graves e/ou medicamentos de uso contínuo, com reembolso de 70% dos gastos.

Saúde Caixa

A Caixa finalmente entregou na última semana entregou a representação dos empregados os números do Saúde Caixa, ano a ano, desde 2004. Os números apresentaram superávits em quase todos os exercícios, sendo este valor atualmente acumulado em cerca de R$ 98.000.000,00, ressaltando que essa é apenas a parte dos empregados, restando a Caixa aportar a sua parte correspondente.

Com isso, os componentes do GT Saúde e os representantes eleitos do Conselho de Usuários elaboraram uma proposta e apresentaram no Conecef, sendo aprovada no grupo.

A proposta, entre outras questões, prevê que seja feito um estudo técnico sobre os números apresentados, e também sobre as possibilidades de melhorias nas coberturas, rede credenciada, entre outros.

Segundo avaliação dos representantes dos empregados, há uma tendência de que o Saúde Caixa apresente nos exercícios seguintes superávits sucessivos. Os recursos poderão ser revertidos em melhorias do plano.

Vale lembrar que o processo de negociação vigente com a Caixa foi conquistado na campanha salarial de 2009, e agora coloca a discussão em outro patamar.

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