Em entrevista ao Jornal Brasil Atual, da Rádio Brasil Atual, nesta quinta-feira (16), a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, falou sobre a realização da 22ª Conferência Nacional dos Bancários, que começa nesta sexta-feira (17), com a participação de 635 delegados de todo o país. Juvandia explicou como foi a organização da conferência.
“Foi um processo de preparação muito trabalhoso, uma pandemia na qual tem de manter o isolamento. Imagina fazer assembleia no Brasil inteiro, com conferências estaduais. E nós fizemos, nos reinventamos, buscamos ferramentas virtuais para realizar essa conferência”, disse.
A presidenta da Contraf explicou que a conferência vai debater, além de questões como emprego, manutenção dos direitos e salários, questões como o teletrabalho. “Uma grande parte dos bancários estão em teletrabalho. Então a gente quer regular esse teletrabalho, discutir as condições de saúde em casa. O trabalho está muito mais intenso, não há móveis adequados em casa, não tem ergonomia. Quem vai pagar o custo da internet? Não pode ser o bancário. Tem que ser o banco. Você trabalha para o setor mais lucrativo do país e tem de pagar a internet para trabalhar para o banco?”, questionou Juvandia.
A questão dos bancos públicos, ressaltou Juvandia na entrevista, terá destaque especial na discussão da Conferência Nacional. “Os bancos públicos estão sendo atacados pelo governo federal, que quer entregar parte de setores estratégicos das empresas públicas. Na Caixa Econômica Federal, querem entregar as lotéricas, querem abrir ainda mais o capital do Banco do Brasil, de segmentos importantes e que no fundo vai desmontando esses bancos públicos”, disse a presidenta da Contraf-CUT.
Juvandia afirmou que os bancos tem um papel a cumprir na sociedade e, agora, ajudar o país a sair da crise econômica. “O sistema financeiro não pode só perseguir lucros. Tem que conceder créditos a juros baixos para as pequenas e médias empresas”. Outra questão destacada foi a das demissões na categoria, realizadas durante a pandemia. A dirigente citou o caso do Santander, que demitiu cerca de 600 bancários durante a crise causada pelo novo coronavírus.
“O lugar mais lucrativo do Santander no mundo é no Brasil. Lá na Espanha (sede do grupo financeiro), o Santander não está demitindo. É um absurdo porque falta governo para cobrar isso”, afirmou.
Para ver a íntegra da entrevista, acesse o link https://youtu.be/FJ8ssj1B6Us