Encontro dos funcionários do Banrisul iniciou com o hino riograndense
A Fetrafi-RS e sindicatos filiados reuniram no último sábado (18) 195 banrisulenses, vindos de todo o país para o 20ª Encontro Nacional dos Banrisulenses. O evento, realizado no Ritter Hotel, em Porto Alegre, debateu a atualização da pauta específica dos banrisulenses, que será entregue à direção do banco na Campanha Nacional 2012.
Integraram a mesa de abertura do Encontro os diretores da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha e Denise Corrêa; o presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Mauro Salles; o secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr; o diretor administrativo da Afaban, Ledir José Gamba; o diretor de Seguridade Social da Fundação Banrisul, Fábio Alves; o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, e o presidente do Banrisul, Túlio Zamin.
Rocha abriu os pronunciamentos, destacando que os banrisulenses começam mais uma campanha salarial, dispostos a encarar a luta por melhores condições de trabalho e remuneração. “Temos ainda dois desafios muito importantes na atualidade, que sempre integraram nossa pauta histórica de reivindicações, que são o novo plano de carreira e as mudanças estruturais na Fundação Banrisul. Estes dois instrumentos são essenciais para dar condições de evolução na carreira, para a valorização dos funcionários e a garantia de uma aposentadoria tranquila”, enfatiza Rocha.
Importância da unidade
Mauro disse que os banrisulenses têm o compromisso de debater e compreender o momento de possibilidades e desafios que representa a Campanha Salarial. “Teremos que organizar os banrisulenses para enfrentar o processo de negociação com a Fenaban, porque a campanha salarial tende a chegar no momento de definição já em meados de setembro. Muitas vezes, os bancos tendem a se esconder atrás da crise, usando o truque do provisionamento, sem o qual os lucros seriam muito maiores. Por outro lado temos o debate sobre o plano de carreira e a discussão da pauta específica, que vai nortear o processo de negociação com o Banrisul”, salienta o sindicalista.
O presidente do Sindicato de Porto Alegre ainda reafirmou a importância da unidade dos bancários para garantir avanços na campanha salarial. “Não podemos aceitar que interesses individuais ou de alguns grupos se sobreponham aos interesses coletivos dos banrisulenses. Temos que sair daqui lado a lado, conversando com os colegas e construindo a unidade que vai nos levar a uma campanha vitoriosa”.
Defesa dos bancos públicos
O presidente da CUT-RS elogiou a grande participação feminina no evento e a importância dos banrisulenses na campanha salarial. “O Banrisul emprega um terço da categoria bancária no Rio Grande do Sul. Vejam o peso deste segmento na campanha salarial. Temos muita expectativa quando o banco é público, porque se espera uma postura diferenciada, com nível de responsabilidade maior. Esperamos que o banco cumpra uma função social diferente do sistema financeiro privado”, desafia Claudir.
O presidente da Afaban disse que a inserção de todos os segmentos de funcionários nas discussões da campanha é importante. “Logo ali adiante todos que estão aqui estarão ao nosso lado, como aposentados, vivenciando os mesmos problemas. Por isso temos que resolver as questões da Fundação Banrisul, para garantir uma aposentadoria digna a todos os funcionários do Banrisul”, argumenta Gamba.
Já o diretor de Seguridade Social da Fundação Banrisul destacou o intenso cronograma de seminários, que estão sendo promovidos pela FBSS, a fim de ampliar a participação dos banrisulenses no debate dos problemas enfrentados pelo fundo. “Estamos indo a todas as regiões do estado para conversar com as pessoas, muitas vezes pela primeira vez. Vamos fazer este debate nos meses de agosto e setembro. Esta medida reitera a responsabilidade e o esforço da atual gestão da Fundação Banrisul para resolver nossos problemas”, conclui Fábio.
“O Banrisul é um dos cinco bancos sobreviventes, que resistiram às privatizações”, observou o secretário de Imprensa da Contraf-CUT. Para o dirigente sindical, a preservação dos bancos públicos, que garantem 45% do crédito concedido no país, é fundamental. “Temos todas as condições para fazer uma grande campanha salarial, garantindo conquistas para a categoria e a valorização de cada bancário que constrói a lucratividade do setor”, analisa Ademir.
O dirigente da Contraf-CUT ainda criticou a baixa criação de empregos no sistema financeiro, que representa apenas 0,46% das vagas geradas no país. Ademir também defende a inclusão bancária, a qualificação do atendimento prestado à população e a melhoria das condições de saúde, segurança e remuneração nos bancos. “Além da nossa campanha salarial, queremos realizar uma conferência nacional sobre o sistema financeiro, envolvendo toda a sociedade, para discutir o papel dos bancos no país”, finaliza Ademir.
Presidente do Banrisul reitera disposição de diálogo
O presidente do Banrisul reiterou a disposição da direção do banco de manter o diálogo com os trabalhadores durante a campanha salarial. “A nossa prática não vai mudar, queremos reafirmar este compromisso, porque não queremos fugir da responsabilidade”, afirma Zamin.
Ele reconhece que a elaboração do novo plano de carreira e a resolução dos problemas da Fundação Banrisul são prioridades e atingem todo o quadro. “Todos nós temos algum tipo de responsabilidade. Não está faltando coragem para fazer este debate”, garante o presidente do Banrisul”.
O presidente do banco disse novamente que o atual modelo de plano de carreira não serve. “Estou convencido de que precisamos fazer isto com calma. São temas pesados, mas importantes para o nosso futuro. Eu não tenho a menor dúvida de que nós todos crescemos e que daremos passos importantes que serão registrados na história da categoria”, ressalta Zamin.
Organização e mobilização
Denise encerrou as manifestações de abertura do evento destacando que que os banrisulenses têm maturidade e organização pra enfrentar os desafios propostos. “A nossa pauta específica é muito democrática porque contempla os colegas que chegaram antes, os que chegaram agora e os colegas aposentados. Com unidade e disposição, vamos avançar e conquistar melhores condições de trabalho e remuneração, sem perder de vista que trabalhamos num banco público e estatal, que deve continuar assim”, finalizou a dirigente da Fetrafi-RS.
Após a mesa de abertura, a programação do Encontro continuou com a apresentação do economista Alex Leonardi, assessor técnico da Subseção do Dieese/Fetrafi-RS, sobre o tema “Conjuntura Econômica, Mercado de Trabalho e Desempenho dos Bancos”. Ao final, foi aprovada a pauta específica de reivindicações dos banrisulenses.