Um dos mais sólidos e lucrativos bancos do país. O Banestado tinha cerca de 400 agências e 500 postos de atendimento. Contava com cerca de 15 mil funcionários e estava presente em pelo menos 370 dos 399 municípios do Paraná.
Começou a ser sucateado em 1994, início da gestão de Jaime Lerner como governador do Paraná, e culminou na privatização em 17 de outubro de 2000. Na data do leilão, havia 7.683 funcionários, 376 agências, uma média de 20,4 trabalhadores por agência.
Foi arrematado pelo Itaú por R$ 1,6 bilhão. Junto com a compra subfaturada, o Itaú também ganhou a manutenção das contas do governo por cinco anos, e ainda, 20% das ações da Copel em títulos precatórios. Já a dívida para liquidar as fraudes no banco, antes da privatização, custa R$ 1 bilhão ao ano aos cofres da população do Paraná e vai até 2026.
Dois anos após o leilão, o Itaú já havia fechado um grande número de agências, consideradas deficitárias. Nesse período, a média de demissões de funcionários oriundos do Banestado era de 10 a 15 por dia (a maioria tinha 40 anos de idade). Dos pouco mais de sete mil funcionários do banco existentes na época da privatização, em 2010, restavam somente 1,6 mil trabalhando no Itaú.
Relembrar o sucateamento do Banestado é trazer a população, principalmente os bancários, para a realidade que está se repetindo: o desmonte dos bancos públicos. Não se trata de alarmismo ou especulações, o desmonte no Banco do Brasil foi confirmado pelo golpista em exercício, Michel Temer, em entrevista concedida à Miriam Leitão, na GloboNews, exibida na noite de quinta-feira (13) de outubro.
“Um dos cortes que nós temos feito, ainda hoje, a imprensa registra um número infindável de contratações no Banco do Brasil. O Banco do Brasil está pensando em cortar uma porção de funções, de cargos que lá existem, que são absolutamente desnecessários”, disse Temer, o usurpador.
A direção do Banco do Brasil deu início ao mais radical processo de reestruturação da empresa dos últimos anos. A meta de Temer é reduzir em até 18 mil o atual quadro de 115 mil funcionários do BB, segundo matéria veiculada no jornal Correio Braziliense, na quarta-feira, 12 de outubro.
O presidente da FETEC-CUT-PR, Júnior César Dias, alerta que a situação dos bancos públicos na gestão de Temer só vai aprofundar as desigualdades do país. “A privatização ou mesmo o encolhimento dos bancos públicos terá reflexo não só na vida do trabalhador bancário, mas em toda a população”, apontou Dias.
“Serão filhos que não poderão mais cursar universidade, seja pela diminuição e privatização das públicas, seja pela falta de financiamento nas particulares; o endividamento das famílias vai crescer e não por causa de financiamentos de bens, mas só para pagar juros do crédito rotativo; a comida que comemos ficará ainda mais cara sem o financiamento da agricultura familiar; as micro e pequenas empresas vão fechar gerando ainda mais desemprego; a cultura e o esporte perderão seus principais apoiadores que são os bancos públicos; os imóveis populares deixarão de serem construídos e financiados. A história é implacável”, afirmou Dias.