A unidade marcou o 12º Congresso Nacional dos Empregados do Banco da Amazônia realizado no último sábado (11) de forma virtual, com a participação de bancários e bancárias de todos os estados que têm agência do banco.
“A nossa luta, nessa Campanha, só vai ganhar mais força com a nossa unidade. Nossas discordâncias precisam ficar de lado por alguns momentos em prol de um bem maior, o coletivo. Do lado de lá, dos banqueiros, a união é forte no sentido de retirar direitos, então além da nossa união precisamos juntos, resistir”, destacou o presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Gilmar Santos.
“Bancários e bancárias de todo o Brasil, finalizam nesse fim de semana, os encontros, congressos, tudo virtual, rumo à Conferência Nacional que também será pela internet. Nossa data-base está chegando e com o veto do Bolsonaro, à ultratividade dos acordos e convenções coletivos, precisamos correr contra o tempo, juntos e unidos, respeitando todas as medidas de prevenção e isolamento social, afinal não temos vacina contra o coronavírus, que segue fazendo vitimas no país”, lembrou o presidente da Fetec-CUT/CN, Cleiton Santos.
Campanha Nacional será de resistência
Para a economista do Dieese; Mariel Angeli Lopes, o impacto de longo prazo da pandemia sobre a atividade econômica vai ser determinante para as negociações. “Home office é um dos exemplos, a cobrança das entidades para a adoção dessa medida de prevenção para os grupos de risco nessa pandemia, colocou todos os bancários e bancárias em teletrabalho, e hoje os bancos pensam em adotar essa medida para pós pandemia, ou seja, mais uma luta pela frente na Campanha, que o home office não cause desemprego e péssimas condições de trabalho em casa”, explicou a economista.
Em contrapartida houve elevação nas receitas de prestação de serviços pelos bancos, nessa pandemia, que apresentou crescimento de 17,3% – e rendas de tarifas bancárias, que demonstrou crescimento de 35,6%.
A economista ainda pontuou outros temas nesse cenário de negociação:
- Bancos não desistiram de alterar a jornada de trabalho do bancário (MPs 881, 905 e 936);
- Grandes bancos lidando com cada vez mais concorrência de fintechs e bancos digitais;
- Mudanças no mundo do trabalho foram aceleradas – 1 década em 3 meses;
- Bancos públicos mais uma vez são fundamentais para prover acesso ao socorro governamental – para empresas e cidadãos;
- Ameaça de privatização das estatais continua;
- População e empresas endividadas e com renda menor – governos locais sem recursos – pós-pandemia de crescimento econômico modesto com aumento da desigualdade social se não houver plano governamental de recuperação econômica.
Prioridades
Em tempos de pandemia, plano de saúde, condições de trabalho e PCS foram os temas que estiveram presentes nas falas de todos e todas que se inscreveram para o debate e aprovação das pautas do funcionalismo do Banco da Amazônia nesta Campanha Nacional.
“Banco tem se aproveitado da pandemia para procrastinar pautas nossas de anos, como o PCS, que seguiremos cobrando até que todo o funcionalismo se sinta contemplado. Esses debates fazem parte do processo de construção de um PCS justo e digno. Sobre o plano de saúde, ele se torna necessário mais do que nunca, diante de tantas perdas que tivemos entre a categoria, maioria do Banco da Amazônia”, aponta o dirigente sindical e empregado do banco, Sérgio Trindade.
Segundo levantamento feito pelo Sindicato dos Bancários do Pará, até o dia 16 de junho, 19 bancários e bancárias morreram por covid-19 no Pará, 6 do Banco da Amazônia.
O Congresso também homenageou todas as vítimas do novo coronavírus.
A CGPAR 23
A publicação da resolução 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR) retira direitos dos trabalhadores das empresas estatais federais.
“Somos trabalhadores e trabalhadoras de uma empresa federal e seremos afetados por mais essa, por isso o debate da CGPAR precisa fazer parte dos nossos fóruns coletivos, é uma luta da classe trabalhadora”, reforça a diretora do Sindicato e empregada do Banco da Amazônia, Suzana Gaia.
As entidades representativas dos empregados, em setembro de 2018, apresentaram denúncia no Ministério Público do Trabalho contra os efeitos da Resolução 23. A queixa foi feita em nome de mais de três milhões de trabalhadores, aposentados e familiares, representados por suas entidades de classe, todos usuários de planos de saúde por autogestão.
O documento aponta uma série de incoerências e infrações contidas na resolução CGPAR nº 23, tais como o desrespeito à livre negociação coletiva e à legislação setorial, a violação de direitos adquiridos, ausência de competência do Poder Executivo para legislar, entre outros pontos.
Fonte: Bancários PA com informações do Dieese e Fenae