A 12ª Conferência Estadual das Bancárias e dos Bancários, realizada nos dias 26 e 27 de junho, em Curitiba, com a participação de cerca de 270 delegados, aprovou as propostas da categoria no Paraná para a Campanha Nacional Unificada 2010.
Os debates foram realizados para tratar de quatro grandes temas: emprego, remuneração, saúde do trabalhador e segurança bancária e sistema financeiro.
O aumento real, apontado pelas consultas junto aos bancários como prioritário, foi referendado durante a Conferência Estadual, reconhecendo essa reivindicação como necessária para melhorar a remuneração, bem como a qualidade de vida dos trabalhadores do setor.
Dentro das questões econômicas, foi deliberado também a reivindicação de reajuste de acordo com a inflação acumulada entre setembro de 2009 e agosto de 2010, mais 5% de ganho real.
“A estimativa é de que este índice fique em torno de 5,5%, mas não vamos abrir mão do percentual de 5% que irá corresponder ao aumento real de salário”, ressalta Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região.
O combate às metas abusivas e ao assédio moral também foi aprovado como de negociação com a Fenaban para este ano. “Os bancários já não aguentam mais tanta pressão pelo cumprimento das metas, que agora já estão chegando na casa dos 150%. É um absurdo isso”, protesta Wanderley.
Para ele, a categoria tem que redobrar os esforços para a Campanha Nacional Unificada 2010 como forma de ampliar as conquistas e garantir condições de trabalho nos bancos. “A participação de todos é fundamental para fecharmos com êxito mais esta luta que temos pela frente”, ressalta o presidente do Sindicato de Londrina.
Durante o debate a respeito do emprego, foi aprovada a busca de novas contratações pelos bancos, como forma de reduzir a sobrecarga de trabalho e melhorar o atendimento ao público. “Vamos cobrar dos bancos que cumpram a responsabilidade social, gerando novos empregos, como forma de contribuir para o desenvolvimento econômico do País”, relata Damião Rodrigues, presidente do Sindicato de Apucarana e Região.
Segundo ele, isto é necessário para que o setor financeiro avance e institua o trabalho decente, conforme prega a OIT (Organização Internacional do Trabalho). “Isto se faz com o pagamento de salários dignos, condições adequadas de trabalho e o fim das pressões pelo cumprimento de metas abusivas”, explica.
Dentro da responsabilidade social, foi deliberado ainda cobrar dos bancos a diversidade, contratando, entre outros, negros e pessoas portadoras de deficiências para acabar com a discriminação no setor.
CONFIRA AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES APROVADAS:
– Reajuste composto da inflação de setembro/2009 a agosto/2010, mais 5% de aumento real;
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR( de 3 salários, mais um valor de R$ 3.850, reajustado pelo índice de inflação na data-base;
– Valorização nos pisos da categoria;
– Planos de Cargos e Salários em todos os bancos;
– Contratação de mais bancários para adequar as agências às demandas do atendimento;
– Cobrar a responsabilidade social dos bancos; e
– Estabelecer normas de combate às metas abusivas.
ABERTURA SOLENE
Compuseram a mesa de abertura os representantes dos 10 sindicatos filiados à FETEC-CUT-PR, entre eles Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região; o presidente da Federação, Elias Jordão; o secretário de finanças da Contraf-CUT Roberto von der Osten; a presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná, Regina Cruz; e também o representante do Sindicato dos Bancários de Ponta Grossa, filiado à FEEB-PR, Gilberto Lopes Dias.
Otávio relembrou as conquistas da Campanha Salarial 2009. “No ano passado, tivemos uma campanha vitoriosa, na qual conseguimos manter o ganho real, conquistamos 15 mil novas contratações nos bancos públicos, melhoramos a regra da PLR e ampliamos a licença-maternidade”, afirmou.
“Mantendo este espírito de conquistas, para 2010 temos três grandes lutas: a conquista do hexa, no próximo dia 11, na Copa do Mundo; uma Campanha Nacional vitoriosa para os bancários de todo o país; e a manutenção do projeto democrático e popular para o Brasil, com a eleição da Dilma”, acrescentou.
O presidente da FETEC-CUT-PR ressaltou a importância da unidade para a luta da categoria. “Nós só vamos avançar e conseguir novas conquistas se estivermos unidos. Em um cenário de idas e vindas de crises financeiras, os bancos continuam lucrando, como mostram os balanços financeiros – lucros alcançados a base de metas abusivas, assédio e deterioramento da saúde dos trabalhadores”, relembrou Elias, convocando os trabalhadores a se unirem.
“A Conferência Estadual é o encontro de todas as discussões que começaram a ser realizadas no interior de cada sindicato e ganharam força nas Conferências Regionais. Esperamos levar boas contribuições para a Conferência Nacional”, acrescentou Elias.
O diretor da Contraf-CUT também falou da importância da construção de uma Campanha Nacional dos Bancários unificada para, desta forma, demonstrar a força da categoria. “Precisamos de uma mesa única de negociação com a Fenaban, pois só assim poderemos denunciar a falta de respeito dos bancos para com os trabalhadores e a falta de responsabilidade social”, afirmou Roberto.
“Para isso, a Contraf-CUT tem procurado todas as centrais sindicais, na tentativa de construir uma luta verdadeiramente unificada”, finalizou o dirigente nacional.
