Emprego, remuneração e condições de trabalho estão no topo das prioridades para a Campanha Nacional 2009, conforme debates realizados no último sábado (4), durante a 11ª Conferência Estadual dos Bancários de São Paulo.
Com participação de 300 delegados, a Conferência Estadual avaliou os cenários possíveis para a campanha que está começando. Dentre as questões de maior relevância estão uma conjuntura de baixa inflação e a atual onda de fusões/incorporações de bancos com forte impacto no nível de emprego no setor.
Conforme levantamento da Subseção do Dieese do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, embora as fusões tenham provocado um grande numero de demissões entre 1994 e 2003, foi a partir de novembro de 2008 que o quadro de contratações passou a apresentar saldo negativo.
Por isso, a 11ª Conferência Estadual dos Bancários de SP elencou, dentre as prioridades, a luta pela garantia de emprego e pela ratificação pelo governo brasileiro da Convenção 158 da OIT, a qual proíbe dispensas imotivadas.
A luta pelo aumento real volta à pauta dos bancários, após cinco anos consecutivos de efetiva conquista. Para os delegados presentes à conferência, essa é uma política que deve ser mantida. Deste modo, diante de uma projeção de inflação acumulada de 4,72%, a Conferência Estadual aprovou o índice de 10% como reivindicação de reajuste salarial.
Outro item alusivo à remuneração é com relação à Participação nos Lucros e Resultados. Embora o benefício tenha sofrido evoluções de 2004 para cá, os participantes da 11ª Conferência Estadual consideraram a necessidade de se efetivar mudanças na parcela adicional da PLR. A idéia é estabelecer um percentual, desvinculando-a da atual lógica da variação anual do lucro dos bancos.
A luta por melhores condições de trabalho também consta das prioridades. A idéia é cobrar dos bancos medidas contra a atual imposição de metas abusivas e que sejam capazes de avançar contra as práticas de assedio moral.
Diante de tais prioridades, a 11ª Conferência Estadual reforçou a importância da campanha unificada dos bancários como instrumento de pressão sobre os bancos. “Nosso objetivo é construir uma campanha vitoriosa, por isso a campanha unificada se faz determinante a exemplo dos últimos anos”, destacou o presidente da FETEC/CUT-SP, Sebastião Geraldo Cardozo.
Como consequência da campanha unificada, nos últimos cinco anos, os bancários garantiram o aumento real, avançaram na isonomia de direitos, conquistaram importantes evoluções na PLR e ainda agregaram novas conquistas na Convenção Coletiva, como a 13ª cesta alimentação.
Além da aprovação da minuta, foram eleitos os 201 delegadosà 11ª Conferência Nacional dos Bancários, que ocorrerá no período de 17 a 19 de julho, também em São Paulo.
Para Cardozo, os debates realizados nesta Conferência Estadual mostraram-se bastante produtivos e de alta qualidade, apontando para objetivos bastante claros a esta campanha nacional. “Fechamos as deliberações com chave de ouro, como fruto da fase preliminar organizada pela federação, por meio da realização dos debates nos sindicatos e nas conferências regionais”, avalia o presidente da FETEC SP.
