A primeira conferência do 10° CONCUT “Desenvolvimento, soberania e democracia – perspectivas para a sustentabilidade”, que ocorreu nesta quarta-feira (5), em São Paulo (Expo Center Norte), teve a participação da senadora Marina Silva e da professora Tânia Bacelar. Para o coordenador da mesa e Secretário de Relações Internacionais, João Felício, as primeiras discussões do dia serviram para dar fôlego aos próximos debates.
Aplaudida em pé pelo auditório a senadora agradeceu o convite e disse estar honrada em participar do encontro, já que foi uma das fundadoras da CUT no Estado do Acre. “Sinto-me feliz e orgulhosa de fazer parte deste processo que ajudei a construir ao lado de Chico Mendes”.
Marina afirmou que a questão ambiental é a crise de todas as crises, além de lembrar sobre as questões gerais para o desafio do desenvolvimento sustentável. “Desenvolvimento sustentável é aquele capaz de atender as necessidades do presente e pensa em atender as gerações futuras”, definiu.
“Quando falamos em crise nos remetemos a questões imediatas como o desemprego e a falta de moradia. O mesmo não ocorre quando se fala em crise ambiental. Temos que integrar o meio ambiente como uma de nossas grandes preocupações e ter a noção da magnitude do problema”, acrescentou.
Para ela, é preciso que cada um pense em sua responsabilidade e mude a forma de produzir e consumir. A senadora apontou seis aspectos centrais para que o desenvolvimento sustentável aconteça: a sustentabilidade cultural, social, estética, política e ética. “O Brasil é uma potência ambiental e precisa aproveitar de forma positiva e sustentável essa vantagem “, disse Marina.
A professora Tânia Bacelar fez uma reflexão sobre a crise que, na sua opinião, esconde outras “Vivemos um momento de transição e mudanças de grande significado em curso. A crise trouxe novos pesos econômicos, o fim da era liberal e hoje se discute qual o papel do Estado no século XXI”.
A educadora lembrou que a agricultura familiar cresceu e se tornou uma grande saída para a economia sustentável , e isso é fruto da luta dos movimentos sociais que mostraram a capacidade de organização do setor que gera muitos empregos.
“Com essa crise econômica a demanda por alimentos irá crescer e o mundo precisará contar com o Brasil porque temos água, terra e tecnologia. Isso nós dará condição de comparecer no debate mundial como solução.”
Fonte: Ana Paula Carrion, Juliana Satie e Luiz Carvalho/CUT