A primeira oficina de formação da Rede UNI Juventude Brasil aconteceu, nesta sexta-feira (1º), na sede da Contraf-CUT, em São Paulo. Os participantes debateram os impactos das novas tecnologias e da reforma trabalhista sobre a juventude e sobre o mercado de trabalho.
“Minha geração sabe o que esse grupo que toca o Brasil hoje fez no verão passado. É o mesmo grupo que tentou dar o golpe em 1954, mas não conseguiu assumir totalmente o poder. É o mesmo grupo que deu o golpe de 1964, contra a minha geração. Nós levamos 21 anos para conseguir nos reorganizar. Sabemos que quem mais vai perder é a juventude. A reforma previdenciária já sinaliza para o jovem que pode não ter direito à aposentadoria. Se a juventude acredita que ela é eterna, é perene, eu digo que não. Precisamos fazer oficinas para nos preparar para nos defender, além do golpe também de questões das alterações do mundo do trabalho do ponto de vista tecnológico, ponto de vista tecnológico. A maioria das vezes essa tecnologia não será utilizada para o nosso bem, nos dar melhores condições de vida. Serão utilizadas, principalmente, para precarizar as condições de vida e de trabalho. Serão utilizadas para reduzir os salários. A tecnologia é absolutamente necessária e deve ser aplaudida por todos nós, mas tem que estar a servido da humanidade. Vocês precisar ser os protagonistas das alterações que vão acontecer”, afirmou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.
A atividade reuniu jovens sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Força Sindical e da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Juventude da Contraf-CUT, enalteceu a importância da unidade das entidades, independente da central sindical a qual pertencem. “Além disso, temos o empoderamento dos jovens dirigentes num espaço de formação e com oportunidade de se posicionarem.”
No evento, Ricardo Martins, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores e Telecomunicações (Sintetel), ministrou a palestra sobre “O mundo digital e os reflexos para juventude no mercado de trabalho”. Já Noemi Araújo, assessora legislativa do Diap, abordou “Prejuízos e reflexos da reforma trabalhista para a juventude e principais mudanças da reforma da previdência”.
Lucimara Malaquias, vice-presidente da Rede UNI Juventude e dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, disse que a oficina é um momento muito especial. “Pois foi a primeira que a Rede Brasil organizou e teve a participação de diversos sindicatos, de centrais diferentes. Foi um evento para concluir o primeiro ano da Gestão 2017-2020. Por isso, a rede sai fortalecida para construir um 2018 com unidade e muito empenho para as lutas que já começaram e tende a se intensificar.”
Também participou do evento Neri Marset, dirigente da AEBU – Uruguai e presidente da Uni Américas Juventude.
Para Katlin Salles, titular UNI Juventude Américas, é hora de pensar no futuro, já que – infelizmente – passamos por um momento de retrocessos nos direitos e conquistas dos trabalhadores, conquistados com muita luta e sacrifício. “É neste momento que a juventude esta unindo forças para lutar. A oficina nos trouxe informações importantes com uma lingraguem clara para os jovens.”
Márcio Rodrigues, do Coletivo da Juventude do Sindicato dos Bancários de São Paulo, acredita que nosso propósito foi alcançado nessa primeira oficina. “Foi um desafio, porém satisfatório, com a presença de nossos palestrantes. A importância desse evento é fortalecer a juventude contra todos os projetos neoliberal e juntos lutar pela nossa democracia.”