Bancários protestam contra o fechamento da única agência bancária da ilha de Paquetá (RJ)

Mais de 40% das cidades brasileiras não tem agências bancárias

A Associação dos Moradores de Paquetá (RJ), o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ) uniram forças para impedir que mais uma região do Brasil fique sem agência bancária. O fechamento de agências bancárias, de bancos privados e públicos, para privilegiar o atendimento virtual, por meio de aplicativos e o uso de caixas eletrônicos, já deixou mais de 40% dos municípios brasileiros sem atendimento, segundo dados do Banco Central. O processo acelerado durante a pandemia da covid-19, continua. Uma prova disso foi o anúncio do Itaú de encerrar as atividades na ilha carioca.

“Itaú: respeita Paquetá”

A mensagem da principal faixa do protesto desta manhã resume a indignação dos moradores de Paquetá. A medida vai afetar quase 4 mil pessoas que vivem na ilha. Sem banco, eles vão ter que gastar cerca de 3 horas apenas para sacar dinheiro, já que a ilha não possui caixa 24 horas.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários Rio, José Ferreira, o caso de Paquetá é simbólico da estratégia do Itaú. “Isso tem ocorrido em vários bairros, o banco fecha agências sem levar em conta a realidade da população. A decisão sobre Paquetá revela a perversidade dos banqueiros. Precisamos reagir”, destaca.

“O que está acontecendo em Paquetá é uma completa irresponsabilidade social do banco Itaú. Aqui, temos a segunda maior população de idosos de todos os bairros do Rio, só perdemos para Copacabana. Essa população não usa aplicativo de banco. Como ficarão todos esses idosos sem poder sacar dinheiro na Ilha? Isso é inaceitável”, afirma Guto Pires, presidente da Associação de Moradores de Paquetá, a Morena.

Em 2022, o Itaú lucrou mais de R$ 30,8 bilhões, o que representa um crescimento de 14,5% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, tem fechado agências, demitido bancários e bancárias, e dificultado acesso dos clientes ao atendimento.

Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ, ressalta a responsabilidade da instituição bancária: “Bancos são concessões públicas, com compromissos. Um deles é a obrigação de atendimento presencial aos clientes. Não podemos admitir essa situação”, afirma. “Ao todo, o Itaú fechará oito agências bancárias, inclusive a única em funcionamento na Ilha de Paquetá. Funcionários serão demitidos ou remanejados, sem contar que a população vai ficar sem acesso ao serviço bancário fundamental no dia a dia”, completou Adriana.

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