Bancários do RJ realizam protestos e paralisações contra demissões no Itaú e Bradesco

Atividade organizada pela Federa-RJ critica ainda fechamento de agências, metas abusivas, assédio moral e terceirizações

Bancários e bancárias do Estado do Rio de Janeiro realizaram nesta quinta-feira (22), uma atividade em protesto contra o fechamento de agências e a demissão em massa nos dois bancos privados que mais lucram no país, Itaú e Bradesco. No centro da capital, o ato ocorreu em três unidades do Bradesco e quatro do Itaú, e houve retardamento na abertura das agências até ao meio-dia. Os atos foram chamados de “Natal de Luto”.

Reforma trabalhista

Os protestos também ocorreram em Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Itaperuna, Macaé, Niterói, Petrópolis, Sul Fluminense, Teresópolis e Três Rios. Foram paralisações parciais, reuniões com bancários e bancárias, esclarecimentos aos clientes e usuários e panfletagem, para chamar a atenção sobre a escalada das demissões.

Cartaz dos atos no estado do Rio de Janeiro


Para a presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro), Adriana Nalesso, o objetivo da atividade foi “atuar em defesa dos empregos e contra as demissões. Os bancos estão dispensando em massa. Somente na base de nosso estado, no Bradesco foram quase 500 demissões, o que consideramos um absurdo”.

Conforme Adriana, que também é diretora do Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários do Rio (Seeb/Rio), “os bancos precisam transformar suas propagandas de ‘responsabilidade social’ em fato real, garantindo os empregos, ainda mais neste período de Natal, mas, na prática, o que menos vemos no sistema financeiro é o espírito natalino de solidariedade”.

A dirigente ressalta que a resistência da categoria é fundamental no atual momento, em que ocorrem precarização e terceirização cada vez mais intensas no sistema financeiro. “Nosso maior desafio é debater o trabalho decente, garantir empregos e remuneração justa. Os bancos se utilizam da reforma trabalhista para, cada vez mais, terceirizar as atividades fins, precarizando o trabalho e colocando em risco o sigilo bancário dos clientes, e através da pejotização, via personal banker e plataformas de investimentos, nas quais os bancários passam a prestar serviços sem direitos previstos na Convenção Coletiva, como plano de saúde e previdência, a não ser que o trabalhador arque com todas as despesas”, acrescentou.

Atividades vão continuar

Os protestos contra as demissões no Itaú e no Bradesco vão continuar. Segundo o diretor do Seeb/Rio, Leuver Ludolff, “enquanto os bancos demitirem trabalhadores e provocarem o adoecimento de bancários através do assédio moral para atingir metas desumanas, nós vamos continuar realizando atos para denunciar a gravidade da situação à população”.

Fonte: Seeb/Rio e Federa-RJ

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