Abordagem policial a tenor denuncia preconceito estrutural na PM

Para secretário da Contraf-CUT, as instituições policiais no Brasil carregam o racismo desde sua fundação

“Infelizmente, é assim que funciona uma parcela da sociedade brasileira: eurocêntrica e mesquinha. São racistas recalcados e não aceitam, em hipótese alguma, que uma pessoa negra seja bem-sucedida e tenha um automóvel de alto padrão, ou um outro bem valioso”. Esta é a opinião de Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), sobre o caso do tenor Jean William, que sofreu uma abordagem truculenta da Polícia Militar de São Paulo, em Santos, litoral do estado. O caso aconteceu na última quinta-feira (27), enquanto o cantor fazia a travessia de balsa entre Santos e Guarujá.

Em relato, nas redes sociais, o tenor afirmou que os policiais “disseram que o carro era dirigido por um indivíduo suspeito e que receberam uma denúncia. Tudo numa rapidez ‘eficiente'”, relatou. Os policiais ainda chegaram a revistar o carro e a perguntar se ele estaria com drogas. “O indivíduo suspeito era eu, um homem preto, dirigindo um carro ‘atípico’ para alguém da minha cor. O racismo e seus tentáculos… Até quando?”, denunciou.

Para Almir Aguiar, as instituições policiais no Brasil carregam o racismo institucional e estrutural. “Até os dias atuais, a polícia carrega essa postura de abordagem quando se trata de um negro. Se a pessoa fosse de pele branca, seria abordada como ‘senhor’ mas, tratando-se de um negro, é arma na cara. Basta de racismo.”

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