Unir a categoria e a sociedade em defesa do Banco da Amazônia

Entidades sindicais saúdam o 13º Congresso Nacional dos Empregados e Empregadas do Banco com sentimento de unidade pela Amazônia

A pandemia da Covid-19 ainda não acabou e, por esse motivo, o 13º Congresso Nacional dos Empregados e Empregadas do Banco da Amazônia foi realizado na tarde deste sábado, 7 de agosto, novamente de forma telepresencial. O evento contou com a participação de delegados e delegadas eleitos e eleitas nas diversas bases de estados que sediam o banco e de dirigentes sindicais.

A saudação à abertura dos trabalhos do Congresso foi feita pelo presidente da Fetec-CUT Centro Norte, Cleiton Silva; pelo presidente da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia – AEBA, Gilson Lima; pela presidenta da Contraf-CUT, Juvândia Moreira; e pela presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.

Diante das diversas ameaças e ataques do Governo de Jair Bolsonaro contra as empresas e bancos públicos, o sentimento das entidades sindicais foi de unificar a categoria bancária e toda a sociedade em defesa do Banco da Amazônia para além dos interesses dos corporativos, mas principalmente pelo desenvolvimento da região.

Cleiton Silva, presidente da Fetec-CUT/CN, destacou que estamos diante de uma grande ameaça à existência do Banco da Amazônia, que é a Medida Provisória 1052, que já está em curso. Essa MP retira a participação dos bancos públicos como o Banco da Amazônia, o BNB e inclusive o Banco do Brasil na gestão dos Fundos Constitucionais do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro Oeste (FCO) e transfere essa gestão para a inciativa privada.

“O problema central dessa MP 1052 é que ela ameaça a existência do Banco da Amazônia, que ao perder gestão sobre o FNO de forma progressiva, vai acumular mais prejuízo que receita, até o momento em que ele não terá mais viabilidade de funcionar. Isso é uma grande ameaça para a categoria bancária e também para a sociedade Amazônia, que deixa de receber recursos na agricultura familiar, nas comunidades quilombolas, nos pequenos empreendimentos e, consequentemente, mais prejuízos sociais e ambientais para a Amazônia. Esse Congresso dos Empregados do Banco da Amazônia precisa ir além das pautas específicas da categoria e defender o Banco da Amazônia como um elemento estratégico para nossa região”, destacou Cleiton Silva.

Gilson Lima, presidente da AEBA, falou que a crise econômica e a pandemia fizeram o sistema capitalista impor mudanças nas relações de trabalho, conhecidas como “uberização” do trabalho. Ele defende que essas mudanças são expressões da luta de classes e têm gerado precarização de direitos e adoecimento psicológicos para a classe trabalhadora e para os empregados do Banco da Amazônia.

“A categoria bancária vive sob uma lógica de organização do trabalho que nos impõe o isolamento, a concorrência, a ideia de ascensão social, e tudo isso contribui para o adoecimento de muitos colegas no Banco da Amazônia, por exemplo. Sem falar das perdas salariais que temos desde 1995. Por isso, a AEBA se coloca a disposição para contribuir com a Contraf e demais entidades para as lutas que devemos construir em defesa do Banco da Amazônia e de seus empregados”, ressaltou Gilson Lima.

Juvândia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, destacou o papel dos bancos públicos para o desenvolvimento das diversas regiões do Brasil, como na Amazônia. Ela pontuou que vivemos hoje um processo de aumento da concentração de renda e de destruição ambiental e de direitos trabalhistas, sendo que a MP 1052 contribui não apenas para o fim do Banco da Amazônia, mas também par o aumento da destruição da região.

“A MP 1052 é um grande absurdo! Ela é nociva para a geração de emprego e renda, para inclusão social, para o meio ambiente na Amazônia, no Nordeste e no Centro Oeste, e para os Bancos Públicos de fomento ao desenvolvimento dessas regiões. O Governo Bolsonaro não para de atacar os bancos e empresas públicas, prova disso foi agora a privatização dos Correios. Por isso precisamos construir uma grande unidade em defesa do Banco da Amazônia, por tudo que ele representa para a região”, afirmou Juvândia Moreira.

Tatiana Oliveira, presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, agradeceu a participação da categoria e reforçou o chamado de unidade em defesa do Banco da Amazônia.

“A privatização dos Correios mostra o quanto a classe trabalhadora e a categoria bancária precisam estar unidas em defesa das empresas e bancos públicos e da soberania nacional. Precisamos a partir desse Congresso construir um processo de lutas muito forte, com muita unidade e resistência para combater as privatizações. Precisamos construir uma agenda unificada em defesa do Banco da Amazônia, que seja capaz de derrotar a MP 1052 e garantir a sobrevivência dessa instituição que é vital para o povo da Amazônia”, concluiu Tatiana Oliveira.

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