Discutir condições de trabalho na Caixa é imprescindível, visto que cobranças abusivas, falta de contração e o Programa de Desligamento Voluntário (PDV) fazem parte do cotidiano dos empregados do banco público. Essse será o debate na live da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), nesta quarta-feira (25). A live “PDV, Metas e Contratação” acontece às 19h, no Facebook da Fenae e da Contraf-CUT.
A live terá a presença do presidente da Fenae, Sergio Takemoto, a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt, o presidente da Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa (Fenag), Mairton Antônio Garcia Neves e o gestor na área de Saúde e consultor da Fenae, Albucacis de Castro Pereira.
Depois de um ano conturbado, os empregados da Caixa são surpreendidos com um grande desafio neste final de ano. Sem aviso ou negociação com os trabalhadores, o banco reajustou mais uma vez as metas dos seus funcionários. Há relatos de metas duplicadas e triplicadas para alguns empregados. Contudo, encontrar trabalhadores cansados, adoecidos e com jornadas exaustivas é o padrão (cada vez mais comum).
“Até sexta-feira (20), tivemos as adesões ao PDV na Caixa com o desligamento de colegas nos locais de trabalho. Somada a isso, metas mais que abusivas, metas adoecedoras, e a ausência de contratações. São questões que têm deixado os empregados extremamente estafados. Por isso, é de extrema importância este debate para reforçar a mobilização para que a Caixa dê condições de trabalho, respeite os colegas e faça novas contratações. Até porque a nossa luta é para que os empregados tenham suas condições de trabalho respeitadas, melhorando a sua qualidade de vida e consequentemente atendendo melhor a população”, explicou a coordenadora do CEE Caixa, Fabiana Uehara.
Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, o que a Caixa está impondo aos trabalhadores é irracional. “Muitos colegas estão adoecendo por conta dessas metas. E se a Caixa não contrata mais trabalhadores, o peso fica ainda maior”, afirma Takemoto.
Em meio à pandemia do Coronavírus, mais de 100 milhões de brasileiros buscam o banco para o auxílio emergencial, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm). Além de todo este trabalho de frente, os empregados estão sendo obrigados a cumprir metas abusivas a pouco dias do fechamento do semestre. Com essa imposição, muitos não terão tempo hábil para alcançar o que foi imposto pela Caixa.
Relatórios da Caixa mostram que de 2014 a 2020, o banco perdeu mais de 17 mil trabalhadores, por meio de PDVs ou demissões. O atual PDV, lançado no início do mês, abriu mais de 7.200 vagas para a saída de trabalhadores. Apesar de questionada pela CEE, a Caixa não respondeu se haveria reposições. A falta de trabalhadores resulta na precarização do atendimento à população e nas filas que vimos durante a pandemia.
A recomposição do quadro de empregados poderia vir dos aprovados de 2014, último concurso da Caixa. No dia 4 de dezembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar os embargos de declaração contra o acórdão do RE 960.429, protocolados pela Fenae, Contraf/CUT e outras entidades, em julho deste ano. As entidades ingressaram com a ação depois que a Corte julgou que é de competência da Justiça comum os processos e julgamentos das demandas ajuizadas por candidatos e empregados públicos na fase pré-contratual, relativas a critérios para a seleção e a admissão de pessoal nos quadros de empresas públicas.
Mobilização nas redes sociais
Para cobrar a Caixa pelas metas abusivas e por mais contratações, a Fenae, Contraf- CUT e os movimentos sindicais farão uma mobilização no Twitter. Trabalhadores, participem! O tuitaço acontecerá às 11h e às 18h! Use as hashtags #MenosMetasMaisRespeito #QueVergonhaCaixa e #MaisContrataçõesMenosFilas.