A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) se
reúne nesta quarta-feira (12), às 11h30, com a direção da Caixa para a
negociação da Campanha Nacional 2020. Por meio de videoconferência, a segunda
reunião irá debater Saúde e Segurança, um dos eixos de reivindicações definidas
no 36º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef).
A saúde tem sido um assunto prioritário para os empregados, principalmente
neste cenário de pandemia. Cobranças de metas abusivas, assédio moral para a
volta ao trabalho presencial, condições de trabalho em casa e os direitos são
questões que estarão em debate.
“Recebemos vários relatos de empregados exaustos e doentes por conta das
jornadas extenuantes ou pelas cobranças que a Caixa tem feito. Precisamos
preservar a saúde e segurança dos trabalhadores, essa é uma mesa bem
importante”, avaliou coordenadora da CEE/ Caixa e secretária da Cultura da
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT),
Fabiana Uehara Proscholdt.
Segundo o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa
Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto, a rotina dos empregados está sendo
caótica com jornadas extenuantes e cobranças de metas. “Há relatos de
trabalhadores que estão com a saúde mental afetada, além das jornadas
extenuantes. Há trabalhadores que estão se sentindo deprimidos. A Caixa precisa
negociar”, destacou o presidente.
Adoecimento da categoria
O adoecimento dos trabalhadores tem crescido nos últimos
anos. Segundo uma pesquisa feita pela Contraf-CUT com quase 30 mil bancários,
para mais da metade dos entrevistados (54,1%), o cansaço e a fadiga constante
são resultados da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas. A crise de
ansiedade foi apontada por 51,6% como impacto na saúde.
Outros efeitos do trabalho exaustivo identificados na consulta foram
dificuldade para dormir (39,3%); crises constantes de dor de cabeça (24,2%), e
dores de estômago e gastrite (24,1%). Mais de um terço dos bancários (35%)
recorrem a antidepressivos, ansiolíticos ou estimulantes para se medicarem.
A saúde mental dos empregados também tem sido afetada nesta pandemia. Antes da
Covid-19, uma pesquisa encomendada pela Federação Nacional das Associações do
Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) à Universidade de Brasília
(UnB)apontou que mais da metade dos empregados do banco (53,6%) disse ter
passado por ao menos um episódio de assédio moral e 20% dos trabalhadores
ativos entrevistados revelaram ter depressão ou ansiedade.
Para a professora titular de psicologia da UNB, Ana Magnólia, que assessora a
Fenae no projeto de Saúde Mental “Não Sofra Sozinho” a pandemia pode
intensificar as angústias. “Esses trabalhadores devem ser assistidos e
devemos lutar para garantir seu tratamento”, afirmou.
Calendário de Reuniões da mesa específica da Caixa
12/08 – Temática: Saúde e Segurança
17/08 – Temática: Igualdade e Cláusulas Sociais
19/08 – Temática: Cláusulas Sociais