A Caixa lucrou R$ 3,05 bilhões no primeiro trimestre de 2020, com queda de 22% em relação ao mesmo período de 2019 e de 38% ao trimestre de 2019. De acordo com relatório da Caixa, a redução do lucro se deu, principalmente, em razão da redução da margem financeira em aproximadamente 13,9% e compensado pelas reduções de 1,3% com despesa de pessoal e 2,4% com outras despesas administrativas. A queda da margem financeira foi influenciada pelas reduções de 7,9% em receitas das operações de crédito e 32,9% em resultado de Título e Valores Mobiliários e derivativos, compensadas pela redução de 12,1% em despesas de captação. A rentabilidade foi de 14,4%, com alta 2 pontos percentuais em doze meses.
Para Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, lembra que, apesar da queda na comparação com os trimestres anteriores, o banco continua lucrando e muito. “A economia mundial sofreu um baque inesperado por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19) e com a Caixa não poderia ser diferente. Um lucro de três bilhões em três meses não é para qualquer empresa. Só um banco muito forte, feito pelos seus empregados e para a população. Por isso, nossa reivindicação sempre será Caixa 100% Pública.”
A Caixa encerrou 1º trimestre de 2020 com 84.113 empregados, com o fechamento de 713 postos de trabalho em relação ao 1º trimestre de 2019 (contudo, foram acrescidos 47 postos de trabalho no trimestre). Em doze meses, foram fechadas três agências, 29 Postos de Atendimentos, 44 lotéricas e 75 Correspondentes Caixa Aqui. Em contrapartida, a Caixa registrou o incremento de 4,1 milhões de novos clientes.
A carteira de crédito amplo da Caixa apresentou ligeira expansão (0,9%) na comparação trimestral, e crescimento de 2%, em doze meses, totalizando R$ 699,6 bilhões. A Carteira Comercial Pessoa Física cresceu 1,8% em doze meses, totalizando R$ 82,6 bilhões. A Carteira Comercial Pessoa Jurídica apresentou queda de 17,1% no período, somando R$ 38,7 bilhões. Com saldo de R$ 470,4 bilhões no trimestre e participação de 67,2% na composição do crédito total, o crédito imobiliário cresceu 1,1%, no trimestre, e 5,2%, em doze meses. A carteira de infraestrutura cresceu 0,8% na comparação trimestral, e 1,2%, em doze meses, totalizando R$ 84,7 bilhões. A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 3,14%, com variação de 0,67 p.p.
As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias caíram 11,4% em doze meses, totalizando R$ 5,8 bilhões no trimestre. Embora em menor proporção, as despesas de pessoal, considerando-se a PLR, também diminuíram – 5% em doze meses, totalizando 5,6 bilhões. Assim, no 1º trimestre de 2020, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 103,5%.