Atendendo ao pedido do Comando Nacional dos Bancários, desde o dia terça-feira (24), o Santander Brasil interrompeu as atividades em parte de suas agências nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, locais com maior número de casos registrados de COVID-19 no Brasil. Parte dos funcionários destas agências entrará em férias coletivas por 15 dias e, após esse período, está previsto um rodizio com outras unidades, de forma a manter o atendimento ao público nestas capitais.
O horário de funcionamento das agências que permaneceram abertas foi reduzido em duas horas, passando a funcionar das 10h às 14h. O objetivo é aumentar a segurança e a saúde de clientes e funcionários que permanecerão em atividade enquanto perdurar a pandemia gerada pelo novo coronavírus. Além disso, as agências com maior concentração de pensionistas e clientes idosos podem iniciar expediente às 9h, para atender exclusivamente este público até às 10h.
“As medidas adotadas pelo banco são válidas e ajudam a reduzir a apreensão entre os funcionários, que estão expostos e correndo risco de contágio pelo novo coronavírus. Mas, quem foi colocado em férias coletivas vai acabar perdendo 15 dias de suas férias, uma vez que, neste momento, terá que ficar em isolamento social”, observou o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia.
“Além disso, se a pandemia perdurar por um período mais longo, o revezamento pode chegar novamente aos funcionários que foram colocados em férias agora? Eles podem perdem toda suas férias?”, questiona o dirigente da Contraf-CUT. “Precisamos analisar estas questões e cobrar do banco uma solução que não prejudique os funcionários”, completou.
Garantia de emprego
Outra medida adotada pelo Santander a pedido do Comando Nacional dos Bancários foi suspensão das demissões. O banco anunciou na última terça-feira que não iniciará nenhum novo processo de demissão durante a pandemia. Somente casos de justa causa e desrespeito ao código de ética da instituição serão mantidos.
Outras medidas
As soluções adotadas pelo banco também incluem o escalonamento do acesso de clientes ao interior das agências, em grupos com tamanho diverso, conforme o tamanho da unidade, para que se garanta a distância mínima de um metro entre as pessoas.
O Banco já havia anunciado a antecipação do pagamento de 100% do 13º salário aos seus funcionários e uma linha de crédito para empresas com conta no banco que também queiram antecipar o pagamento do 13º aos seus empregados.
Os microempreendedores individuais (MEIs) clientes do banco podem ser isentados do pagamento da cobrança da tarifa de pacote de serviços e realizar TEDs e DOCs gratuitamente por até dois meses, utilizando esse valor como crédito para o pagamento de contas de concessionárias (energia, água, telefonia etc.) em débito automático e DDA.
Nas áreas administrativas, a higienização e limpeza foram reforçadas e o banco tem ampliado o numero de colaboradores em sistema de home office.
Casos confirmados e suspeitos
Nos casos suspeitos de COVID-19, a orientação dada aos gestores é de afastamento imediato por sete dias e acompanhamento dos sintomas. Os trabalhadores nessas condições devem ligar para a Central de Emergências do Santander (0800 723 44 72) e notificar o gestor e o banco para acompanhamento. O mesmo telefone serve para orientações médicas. Atenção: esse grupo só deve procurar o serviço médico em caso de falta de ar, em razão da escassez de kits para testes do coronavírus no país.
“Existem denúncias de que o serviço 0800 colocado à disposição não está funcionando. As pessoas ligam e ninguém atende”, disse Mario Raia.
O funcionário que tiver confirmação do contágio deve notificar o banco pela Central de Emergências e o gestor, por e-mail. Nesses casos, o afastamento deve ocorrer por 14 dias. Além disso, a agência onde o trabalhador está lotado deve ser higienizada. E todos que tiveram contato com ele devem se afastar do trabalho por sete dias e seguir os procedimentos dos casos suspeitos.
Grupos de risco
As pessoas que fazem parte dos grupos de risco (idosos, diabéticos, hipertensos e quem tem insuficiência cardíaca, renal ou doença respiratória crônica) e gestantes devem procurar um médico e encaminhar atestado ao RH do banco e ao gestor. Na ausência do atestado, é preciso encaminhar uma declaração ao banco informando que pertence a um grupo de risco. Os bancários, nesse caso, devem trabalhar de casa ou aderir às férias coletivas, dependendo do quadro e da orientação do RH do banco.