O Lucro Líquido Contábil do Banrisul atingiu R$ 1,344 bilhão em 2019, uma alta de 28,2% em relação a 2018, segundo os destaques do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No trimestre, o crescimento chegou a 36,1%, quando o lucro passou de R$ 291,9 milhões para R$ 397,2 milhões. O retorno sobre o Patrimônio Líquido do banco (ROE) foi de 16,9%, com aumento de 1,6 pontos percentuais em doze meses.
De acordo com o relatório do banco, o resultado foi “impactado pela reestruturação dos planos de benefício pós-emprego da Fundação Banrisul de Seguridade Social – FBSS; pelos efeitos fiscais da reestruturação de planos de benefício e sobre provisões trabalhista e cível constituídas no período; e pela atualização dos estoques de créditos e débitos tributários diferidos decorrentes da elevação da alíquota da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL)”. Por sua vez, o lucro líquido recorrente, ajustado pelos efeitos extraordinários, somou no semestre R$ 1,274 bilhão, variação de 22,1% em relação ao ano anterior.
Ao final de 2019, a instituição contava com um quadro de 10.283 empregados, uma redução de 480 postos de trabalho no ano. A rede de agências do banco permaneceu estável, enquanto foram fechados 33 postos de atendimento bancários e eletrônicos.
“Enquanto muita gente que quer a privatização do Banrisul diz que os bancos digitais e as fintechs vão derrubar os ganhos do banco, o que vemos é o lucro aumentar e bater, mais uma vez, um recorde. Pior ainda é ouvir o presidente do banco afirmar que vai focar na redução de despesas e fechamento das agências. Sendo um banco público, com um papel social, o Banrisul precisa priorizar um atendimento cada vez melhor à população e um ambiente melhor de trabalho aos seus funcionários, que são os principais responsáveis por esse lucro, e não cobrarem metas inatingíveis que os funcionários individualmente não alcançam, mas o banco sim”, afirma o banrisulense e diretor de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Gilnei Nunes, se referindo à declaração do presidente do Banrisul, Claudio Coutinho, durante o anúncio do balanço, quando destacou a estratégia de focar em operações dentro do Rio Grande do Sul.
Contraditoriamente, para 2020, Coutinho afirmou que vai buscar a redução de despesas e a maior eficiência operacional. Nesse sentido, está sendo feita uma avaliação de agências que podem ser fechadas e fundidas com outras.
As despesas com pessoal, acrescidas da PLR, caíram 2,9% em doze meses, atingindo R$ 2,116 bilhões, enquanto as receitas de prestação de serviços e de tarifas bancárias cresceram 2,3%, totalizando R$ 2,042 bilhões. Assim, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas de prestação de serviços e tarifas (receitas secundárias do banco) foi de 96,51%, no período.