O relatório da auditoria realizada em contratos de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas não encontrou quaisquer indícios de corrupção nas oito operações analisadas. O banco gastou R$ 48 milhões com a consultoria Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, dos Estados Unidos, na tentativa de “abrir a caixa-preta” para encontrar possíveis subornos, corrupção ou influência indevida nas atividades do BNDES durante gestões do Partido dos Trabalhadores.
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), realizadas na Câmara dos Deputados e do Senado em 2015 e 2017 e comissões de apuração interna já haviam chegado à mesma conclusão. Mesmo assim, em 2018, uma das promessas de campanha do então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, era “abrir a caixa-preta do BNDES”.
Em nota, a Associação dos Funcionários do BNDES diz que o resultado das investigações “desconstroem a fantasiosa ‘caixa-preta’ do BNDES, que políticos demagogos, com objetivos eleitorais mesquinhos, e alguns atores do mercado financeiro, que visam obter vantagens com a redução de tamanho do BNDES, lamentavelmente ainda tentam incutir na opinião pública”.
O texto, assinado pelo presidente da AFBNDES, Arthur Koblitz, diz, porém, que “se as conclusões da consultoria ajudarem a redefinir o debate público sobre o BNDES, o valor gasto na sua contratação terá valido a pena. (…) Chega de perder tempo com discussões vazias e discursos demagógicos sobre supostos malfeitos completamente destituídos de evidências”.
O banco divulgou no dia 10 de dezembro que o relatório elaborado pela empresa de auditoria apontou que não foram encontradas evidências diretas de corrupção, influência indevida sobre a instituição ou pressão por tratamento diferenciado na negociação, aprovação e/ou execução das oito operações investigadas.