Seminário OIT e Sindicalismo Internacional acontece em São Paulo

O curso começou na terça-feira e vai até quinta (12), na Escola de Ciências do Trabalho do Dieese

O 2º módulo do curso OIT e Sindicalismo Internacional, realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Consultoria Mil Povos, começou nesta terça-feira (10), na Escola de Ciências do Trabalho do Dieese.

O objetivo do curso é obter mais elementos para melhor articular as ações sindicais à luz da normatização internacional vigente, considerando o advento da reforma trabalhista, da lei de terceirizações e dos diversos ataques à liberdade de organização dos trabalhadores e à manutenção das entidades sindicais.

O primeiro módulo, realizado no início de setembro, apresentou a história da organização internacional e a construção de estruturas sindicais como, por exemplo, a Central Sindical Internacional (CSI), que filia as centrais sindicais dos países. “A Contraf-CUT é filiada a UNI Global Union, uma federação mundial de sindicatos do setor de serviços, que reúne 12 ramos e atua em 4 regiões no mundo. Tem mais de 900 entidades sindicais filiadas e organiza mais de 20 milhões de trabalhadores”, explicou Roberto von der Osten, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT. “Quando nós temos um problema com banco internacional ou quando queremos fazer acordo com banco Inter, nós recorremos a UNI Global Union, que organiza os seus sindicatos no mundo e, assim, fazemos uma negociação mundial”, completou o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT.

Nesta terça-feira, foram abordados o sistema da Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Internacional do Trabalho, O papel da OIT, suas convenções e recomendações, as diretrizes da OCDE para Empresas Transnacionais e o papel da TUAC (Comissão Assessora dos Sindicatos), a atual organização do Movimento Sindical Internacional e suas centrais sindicais mundiais, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA e o Relatório de Sustentabilidade.

Coletivo Nacional de Formação

Além do curso, também está sendo realizado a reunião do Coletivo Nacional de Formação da Contraf-CUT, nesta quarta-feira (11). Para isso, o coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, e a técnica da subsecção do Dieese na Contraf-CUT, Barbara Vasquez, falaram sobre a reforma sindical.

Na parte da tarde, os participantes assistirão ao painel sobre a situação política do Chile, com Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças.

Também houve a apresentação e o debate sobre o livro “Novo Sindicalismo para o Capitalismo do Século XXI”, com o autor Marcelo de Azevedo, que é dirigente da Contraf-CUT e participante do curso. “Precisamos sempre lembrar que tudo que temos hoje foi fruto da luta dos que nos antecederam e um importante legado para aqueles que seguirão na luta amanhã”, disse Azevedo.



“Tanto a conjuntura nacional, quanto a conjuntura internacional, requer que a gente priorize os momentos de formação. Este curso nasce exatamente desta necessidade, despertadas pelas bruscas mudanças que estão acontecendo dentro do mundo do trabalho, a chegada de governos extremamente agressivos, com os direitos de trabalhadores, sem direitos mínimos, sem aposentadoria. Por isso, o curso vai além da organização internacional de trabalho, ele foca em formas de socialização de experiências para fazer o enfrentamento e a mobilização internacional unificada”, afirmou Walcir Previtale, secretário de Formação da Contraf-CUT. Na quinta-feira, dia do encerramento, será realizada a apresentação dos trabalhos em grupos propostos durantes o curso.

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