A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) recebeu uma visita de dirigentes do Sindicato Nacional dos Empregados Bancários da Angola (SNEBA) para apresentar a estrutura sindical brasileira.
A relação começou entre 31 de maio 1 de junho, quando representantes da Contraf-CUT participaram do 2º Congresso do Sneba, que elegeu a nova diretoria e Felipe Makengo como presidente. A Angola é parceira da Contraf-CUT na Rede de Sindicatos do Ramo financeiro da comunidade de países de língua portuguesa (CPLP), da Uni Global UNi.
Durante o evento de Angola, foi realizado uma reunião com os outros sindicatos da CPLP, como Moçambique, Cabo Verde e o Sindicato do Norte de Portugal. Nesta oportunidade, os angolanos apresentaram a necessidade de um curso de formação e de um intercambio para conhecer os movimentos sindicais pelo mundo.
Em junho, um formador sindical brasileiro passou duas semanas em Angola, dando cursos em duas regiões diferentes do país.
Foi então que a visita foi marcada para setembro. “O sindicalismo de angola tem 26 anos, é muito novo e eles têm muito a aprender com nossa organização sindical, que tem quase 100 anos de história”, afirmou Roberto von der Osten, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, que foi o anfitrião da visita.
Programação
A delegação angolana começou a sua visita, nos dias 4 e 5 de setembro, pelo curso “OIT e Sindicalismo Internacional”, na escola de Ciências do Trabalho do Dieese.
No dia 6, eles fizeram uma visita à Contraf-CUT, quando foi explicado a estrutura sindical no Brasil, como funciona o Comando Nacional dos Bancários e a estrutura de negociação com os bancos. Foi passado também como são as negociações por banco e como as conquistas, naquele banco, podem ser ampliadas para os outros bancos e até chegar na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
No dia 9, os angolanos visitaram o sindicato dos trabalhadores no Banco Central, realizaram uma reunião com a presidenta da Uni Finanças, Rita Berlofa, e com a vice-presidenta da Uni Juventude, Lucimara Malaquias. Eles terminaram o dia com uma visita à Central única dos Trabalhadores (CUT).
No dia 10, participaram da reunião da direção executiva da Contraf-CUT e foram conhecer o Sindicato dos bancários de São Paulo, para conhecer o funcionamento de um sindicato de base.
Na quarta-feira (11), participaram da reunião preparatória do Comando Nacional, para o encontro com a Fenaban.
Segundo Felipe Makengo II, presidente do SNEBA, os sindicalistas viveram uma rica experiência no Brasil. Eles reconhecem o grande grau de desenvolvimento e a grande combatividade do sindicalista brasileiro e querem estreitar essa relação, que representa a solidariedade que os trabalhadores têm que ter em todo mundo.
Agora, os angolanos terão outras duas semanas de formação, em duas novas regiões do país. Eles disseram que a formação é uma questão estratégica para eles, pois querem chegar no nível do sindicalismo bancário brasileiro.
Ficou combinado ainda, que em maio de 2020 será realizado o terceiro encontro da rede dos sindicatos dos países de língua portuguesa, em Cabo Verde. Lá será feito um grande debate sobre digitalização e tecnologia. Além de Felipe, integraram a comitiva Alberto Sangulo, secretario de Estudos Laborais do sindicato, Lutério Sebastião, advogado do sindicato, Pavelucho Irmão, secretário de estudos socioeconômicos da entidade e Rui Guimarães, secretário de imprensa.