MG: Macrossetor de serviços, representação sindical e bancos públicos em destaque na 21ª Conferência

Uma mesa temática sobre o macrossetor de serviços e a representação sindical abriu a tarde do primeiro dia da 21ª Conferência Estadual dos Bancários.

Bárbara Vallejos, técnica do Dieese, falou às bancárias e aos bancários que, para fortalecer a luta, é necessária a organização dos trabalhadores e a atuação sindical com base em macrossetores. E a categoria bancária integra, junto a outras categorias, o macrossetor de serviços.

E se o macrossetor na economia chegou a 73% do valor adicionado, em 2017, de acordo com Barbara, este processo, no Brasil, se dá pelo processo das novas tecnologias, pela terceirização e pela marginalização de trabalhadores.

Em relação ao ramo financeiro, a técnica do Dieese explicou que, apesar do número de trabalhadores ter crescido, segue caindo o número de bancários. “Isso significa que o núcleo protegido tem ficado menor enquanto o trabalho mais precário cresce”.

Com apresentação de dados, a técnica do Dieese destacou os problemas ligados à representação dos trabalhadores atualmente, quando 700 mil trabalhadores do ramo financeiro não são representados pelos sindicatos de bancários.

Em seguida, o diretor do Seeb-BH e secretário de Organização e Política Sindical da Contraf-CUT, Carlindo Dias (Abelha), falou sobre a importância dos sindicatos se organizarem e garantirem a representação dos trabalhadores, que está em risco no atual governo. Abelha destacou que, apesar do tempo atual ser de muitos desafios é possível “crescer na crise”.

Defender os bancos públicos é primordial

O primeiro dia da 21ª Conferência Estadual dos Bancários teve também um debate sobre a importância de se defender os bancos públicos, primordiais para o desenvolvimento e crescimento do país.

A ex-presidenta da Caixa, Maria Fernanda Coelho, e a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, falaram sobre o tema.

Maria Fernanda diz que, ao contrário do que se pensa, o governo de Bolsonaro tem sim um projeto. “É o projeto da destruição, e isso é muito claro, com perseguição às teorias de Paulo Freire, a destruição da cultura, dos fundos referentes a patrocínio cultural e, claro, com ataque aos bancos público”.

“Na Caixa não há mais nenhum recurso destinado a investimentos. Eles têm o objetivo de destruir as empresas públicas por dentro. Temos que ficar muito atentos, porque tem a ver com a linguagem”, diz Maria Fernanda.

Ela analisa também que se vive hoje num estado autoritário. “São mais de 100 militares no governo. Todo mundo fardado na Esplanada dos Ministérios. Que tipo de diálogo se pode ter num estado desse?” indaga.

A ex- presidenta da Caixa finaliza sua fala dizendo que há muitos desafios a serem enfrentados. “Temos que enfrentar mitos e concretizar sonhos. É preciso ter coisas concretas, objetivas, que permitam às pessoas trazer a realização para sua própria realidade”, diz.

Rita Serrano ressaltou que o discurso veiculado pela mídia liga as empresas públicas com corrupção e ineficiência. “Temos que discutir esse conceito para avançar no debate com a população. Para mim, a corrupção é inerente ao sistema capitalista e não é privatizando que se resolve o problema. O que é preciso é aumentar o controle social sobre estas empresas”, afirmou.

Ela encerrou sua fala destacando que não sabemos falar mais com os diferentes, com quem pensa de outra forma. “Temos que reaprender a fazer isso, dialogar, catequizar e não tirar essas pessoas do nosso facebook” diz.

Texto: Fetrafi-MG / Fotos: Alessandro Carvalho

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