A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), por meio da Comissão de Organização dos Empregados (COE), e demais entidades de representação dos trabalhadores se reuniu com o banco Santander no Comitê de Relação Trabalhistas (CRT) na quinta-feira (25) para debater uma pauta de questões que afetam o dia a dia de trabalho e estão pendentes de negociação com o banco.
O CRT é uma conquista dos bancários do Santander prevista na cláusula 35 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico do banco, aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A CRT se reúne a cada dois meses para tratar das questões de relações trabalhistas.
“Foi uma reunião longa com debates intensos. Tratamos das demandas nacionais dos trabalhadores, mas houve certa insensibilidade do banco. Esperávamos mais avanços”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Contraf-CUT na mesa de negociações com o banco, Mario Raia.
CPA 10
A Contraf-CUT reivindicou a extensão do prazo para obter a certificação, considerando que o normativo do Banco Central 3.158/2003, estabelece o prazo de até um ano, a partir da contratação ou a partir da ascensão a novo cargo. E ressaltou a falta de sensibilidade do banco para com as solicitações dos trabalhadores. Em resposta, o banco prorrogou por mais 30 dias o prazo para a realização das provas.
Unificação de cargos
O banco avalia que o atual modelo de atendimento segmentado está
ultrapassado e que, com o novo modelo, embora haja mais gerentes de negócios e serviços,
não haverá aumento de metas para o chamado “carteirão”, a carteira de clientes.
O banco se comprometeu em garantir que o trabalhador tenha seu tempo de
treinamento com dedicação exclusiva dentro da jornada de trabalho. Estuda ainda
a inclusão de período presencial e a extensão do horário de treinamento.
A configuração dos cargos dependerá de cada caso nas agências. Nem todos os
caixas deverão ser migrados para os novos cargos de gerentes de negócios e serviços.
Cerca de 2.000 caixas permanecerão nessa mesma função.
Bandeira dos vales refeição e alimentação
Sobre a mudança da bandeira dos vales refeição e
alimentação, o banco informou que a quantidade de estabelecimentos cadastrados
já é maior que a rede da Alelo (utilizada até então) e que não é possível fazer
a migração de saldo entre o cartão velho e o novo nem estender o prazo de
implantação.
“Embora o banco tenha apresentado números de que a rede credenciada já seja maior
do que a da Alelo, na maioria dos lugares onde os bancários conseguem usar o
Alelo, ainda não conseguirão usar o Ben Visa Vale a partir desta terça-feira
(30). Por isso a preocupação com as dificuldades de aceitação do novo cartão”,
disse a coordenadora da COE, Maria Rosani.
Retirada das portas-giratórias
Os representantes dos trabalhadores cobraram a manutenção
das portas giratórias. O banco afirmou que todas as agências estão de acordo
com o Plano de Segurança da Polícia Federal e que “as portas giratórias não são
mais impeditivas” para as situações de assalto.
Além disso, não serão todas as agências que terão suas portas giratórias
retiradas, isso dependerá de avaliações do banco e das legislações, que proíbem
a retirada em alguns estados e municípios.
“Percebemos que as novas tecnologias em implantação visam apenas a segurança patrimonial,
mas esquecem da integridade dos funcionários e clientes do banco, que estarão expostos
às ações de criminosos que poderão entrar nas agências sem que se percebam que
estão armados”, observou o representante da Contraf-CUT.
A Contraf-CUT solicita que os bancos compartilhem os locais onde se pretende retirar
as portas e irá cobrar os resultados nas próximas reuniões.
Abertura aos finais de semana
A Contraf-CUT reivindicou que o projeto de abertura de agências nos finais de semana para educação financeira seja apresentado na íntegra.
O banco sustenta que será um trabalho voluntário dos funcionários em 29 agências do país e que não haverá trabalho comercial nas agências que trabalharão com orientação financeira.
“Os trabalhadores devem denunciar ao seu sindicato caso tenha ocorrido alguma pressão para se tornar “voluntário”. Eles precisam estar cientes de que, ao realizar esse tipo de trabalho, não estarão cobertos pela legislação trabalhista caso ocorra algum acidente no trajeto e/ou no trabalho”, orientou Mario Raia.
Reembolso de KM rodado
O banco afirmou que já está em estudo a majoração do valor
do quilômetro rodado e seu novo valor será anunciado nos próximos dias.
Outras reivindicações, como: retorno ao trabalho e plano de saúde ficaram para
serem discutidas na próxima reunião.