Este 8 de março, vai muito além de uma data apenas para reflexão, é um momento de união para seguir ainda mais forte na luta das causas femininas. Depois de tantas batalhas enfrentadas, algumas perdidas e outras vencidas, as mulheres brasileiras chegam a mais um 8 de março com um grito contra a discriminação, a violência, por mais respeito, igualdade, liberdade e principalmente contra a política de retrocessos imposta pelo novo governo.
“É importante as mulheres não terceirizarem a luta e sim que cada uma delas estejam envolvidas no processo de conhecer o que está em jogo, saber quais os retrocessos afetarão a todas nós, que vai interferir não só no nosso futuro, mas das nossas próximas gerações. Se a gente não tiver uma grande mobilização para barrar toda a política de retrocesso que vem por aí, seremos as principais prejudicadas”, afirmou Elaine Cutis, secretária da mulher da Contraf-CUT.
A luta segue ainda mais forte neste ano sombrio que se inicia com os primeiros passos do novo governo de Jair Bolsonaro. As mulheres estão nas ruas, nesta sexta-feira (8), em 22 cidades brasileiras para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Depois das manifestações do ‘Elenão’ que se espalhou por todo mundo contra o discurso do ódio e o sexismo representados pelo presidente Bolsonaro, a edição deste ano alerta para as ameaças de retrocessos com o atual governo, principalmente para as mulheres. São elas, que correm sérios riscos de perder direitos duramente conquistados com a política imposta pelo novo governo.
A reforma apresentada pelo atual governo é ainda pior do que a anterior porque, se aprovada, obrigará a grande maioria das mulheres a trabalhar até os 62 anos para poder se aposentar depois de pelo menos 20 anos contribuição ao INSS.
Além da perversidade da reforma da Previdência apresentada, as mulheres brasileiras são as mais atingidas pelas retiradas de direitos, com a redução do número de famílias contempladas com o Bolsa Família; reforma do abono salarial e do seguro desemprego; com a redução dos gastos de saúde, com forte impacto no SUS; com o fim de novos aumentos reais do salário mínimo, entre outras atrocidades como o aumento do feminicídio – todos os dias, mais de 4 mulheres são vítimas de feminicídio em todo o país – além do aumento do desemprego, aumento do trabalho informal – as mulheres representam 85% da mão de obra do setor de serviços.