Banc rios lotam o Encontro dos Banrisulenses

(Porto Alegre) Cerca de 300 trabalhadores do Banrisul participaram, no último sábado, da XV edição do Encontro Nacional dos Banrisulenses. O evento, realizado no Hotel Ritter, em Porto Alegre, iniciou às 9h30, com a presença do banrisulense aposentando e ex-governador, Olívio Dutra. Os diretores da Federação dos Bancários RS Amaro Silva de Souza, Carlos Augusto Rocha e o presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, Juberlei Bacelo, fizeram a abertura do evento.

Amaro destacou a importância do Encontro para a organização dos funcionários do Banrisul. “Vivemos um momento importante de defesa e de consolidação do banrisul enquanto banco público. Uma instituição com papel fundamental para o desenvolvimento do Estado. Por outro lado, temos que avançar nas questões específicas que compõem a nossa pauta de reivindicações. Este encontro se propõe a unificar as lutas dos trabalhadores do banco”, salientou.

Após a abertura do evento aconteceu o painel com o jornalista, Altamiro Borges, que fez uma explanação sobre conjuntura internacional e nacional. Altamiro já é um antigo companheiro de luta dos bancários. Ele fez um painel semelhante na Conferência Nacional dos Bancários 2005, realizada em São Paulo.

O jornalista observou que vivemos hoje num mundo interligado. – O Brasil sente muito os reflexos do que se passa no mundo, pode-se citar como exemplo a grande instabilidade da economia mundial, que é causada pela crise estrutural do capitalismo. O sistema está em crise, mas se por um lado a resistência dos povos cresce, não há projetos alternativos contundentes para substituir o capitalismo.

Altamiro observou que se a economia mundial entra em crise, obviamente o emprego e a renda são afetados. – Podemos apontar três processos impostos pelo capital no momento: desestatização; desnacionalização e desproteção. Estes processos caracterizam um ataque violento ao trabalho, aos direitos do trabalho. Outro ponto importante que deve ser considerado é a maneira que o ‘império’, tenta mantém o controle do capital fora das suas fronteiras, o que ocorre através da militarização. Hoje existem 720 bases militares dos EUA no mundo. Esta é forma pela qual eles defendem seus interesses e a ofensiva de ‘livre comércio’, fora a pressão política é claro.

O jornalista disse que a resistência dos povos está crescendo no mundo unipolar. – Mais dia menos dia os povos iriam oferecer maior resistência. Tomando como exemplo a América Latina, num período de seis anos, 11 presidentes foram depostos. Esta resistência também pode ser observada através da via eleitoral, o que comprova que a ação destrutiva e regressiva do capitalismo gerou revolta. Tivemos no Brasil a eleição de um retirante nordestino, acidentado do trabalho e sindicalista, sinal de que alguma coisa está acontecendo, mexendo com a sociedade brasileira.

Segundo Altamiro, o Brasil vive uma situação defensiva estratégica e passa por um processo de transformação que levará muito tempo. – O Estado foi desmontado durante os oito anos de governo FHC. Um governo sob domínio do capital financeiro internacional, que lançou os trabalhadores no trabalho informal, desestabilizando o movimento sindical. Hoje mais de 50% dos trabalhadores brasileiros não têm carteira assinada, é um povo que está aí na rua lutando para sobreviver, mas difícil de organizar.

De acordo com o jornalista, apesar das limitações o Governo Lula conseguiu avançar em muitos aspectos. – Num primeiro momento o Governo superou o preconceito, o terrorismo econômico e o terrorismo político. Teve ainda que administrar a herança maldita do Governo FHC e enfrentar a maioria institucional de oposição. O capital perdeu a eleição, mas não perdeu o poder. Diante de tudo isso, considero que os principais avanços do atual Governo são as relações democráticas estabelecidas com a sociedade e a política externa agressiva, que atuou em defesa dos interesses da nação. Talvez o erro deste Governo tenha sido a pouca ousadia, afinal Lula apostou na conciliação das classes.

Altamiro disse que a crise fez bem ao Governo. – O Governo Lula sustenta um projeto estratégico de integração da América latina. Isso ficou ainda mais evidente depois de todas as crises. Diria até que o governo cresceu na crise e manteve posturas importantes. O caso da Bolívia foi um exemplo concreto disso. É preciso contribuir para que as mudanças continuem. Temos aí um novo processo eleitoral pela frente e não podemos esquecer que a mídia brasileira tem classe e que vai defender esta classe, devemos evitar que haja um retrocesso.

Fonte: Federação dos Bancários RS

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