(São Paulo) Estudar, se especializar, além de ser uma exigência de muitos bancos para promover seus funcionários, é um objeto de desejo de muitos trabalhadores. Mas o que falta mesmo é oportunidade. Cada vez mais as empresas cobram de seus empregados níveis elevados de especialização, mas não oferecem nenhuma contrapartida para isso. E quando existe, auxílio-educação, por exemplo, as bolsas são limitadas, insuficientes, o resultado é que sobra gente querendo estudar.
O grande interesse dos bancários em ingressar em um curso de graduação ou de pós-graduação é sentido por meio dos convênios firmados entre o Sindicato e as mais de cem instituições de ensino superior. Apenas em 2006, quase 2.500 alunos, sejam bancários associados ao Sindicato ou dependentes, estão aperfeiçoando seus currículos.
“Pelo menos 90% da minha sala é formada por bancários, que contam com o desconto de convênios oferecidos pelo Sindicato. Há trabalhadores da Nossa Caixa, Caixa, Bradesco e Itaú, que sem esse incentivo não poderiam estudar”, disse Cleber dos Santos, analista de suporte da Telefutura, empresa terceirizada do Santander Banespa.
Ele é aluno do último ano de economia da faculdade Anhembi Morumbi, e desde de 2003 conta com desconto de 40%, por meio do convênio firmado pelo Sindicato. Neste ano, a economia mensal de Cleber é de R$ 370, contabilizados os 12 meses, serão R$ 4.400 que poderão ser utilizados para outras necessidades. “Sem esse benefício não haveria a menor possibilidade para eu me graduar. Além disso, com o que economizo pago a escola da milha filha, afirmou.
Reivindicação – O auxílio-educação é uma reivindicação da categoria. “Poucos bancos possuem programas deste tipo, e quando existem se prendem a número limitado de vagas e ainda possuem critérios que não são nada democráticos. Falta clareza nas regras. Estamos brigando para que os bancos oferecem auxílio-educação para todos os bancários interessados em estudar”, disse André Luis Rodrigues, secretário de formação do Sindicato.
Boa parte dos trabalhadores engrossa o coro dos que defendem a criação e extensão desses tipos de programas, como é o caso Patrícia Paula Francisco, funcionária do Banco do Brasil “O auxílio-educação é essencial. Não se trata de um investimento apenas no funcionário, mas na própria empresa”, destaca a escrituraria que cursa o primeiro semestre de direito na Universidade São Marcos. “Economizo R$ 200 por mês, com o convênio via Sindicato. Sem esse desconto não faria faculdade ou dependeria da ajuda do meu pai”, completou. O BB tem número limitado de vagas, os critérios são tempo de banco e tempo de curso. Como o Patrícia está no início do curso, está fora do processo de seleção para conquistar a bolsa de estudo.
Safra – A mais nova instituição a instituir o auxílio-educação na prática é o Safra, a partir da reivindicação dos trabalhadores via Sindicato. O banco garantiu que vai destinar 250 bolsas, com ajuda de no mínimo 50% da mensalidade. As inscrições deverão ser feitas a partir de 13 de novembro na área de Treinamento.
Fonte: SPBancarios.com.br