III Marcha pelo Sal rio M¡nimo esquenta as ruas de SÆo Paulo

III Marcha - Foto: Divulga‡Æo CUT(São Paulo) Centenas de pessoas marcharam pelas ruas de São Paulo em defesa do reajuste de R$ 420,00 do salário mínimo e pela anulação do aumento das tarifas de transporte hoje (29). O governo do PFL definiu que amanhã (30)  as passagens custarão R$ 2,30 e o Bilhete Único, R$ 3,50. A mobilização organizada pela CUT/SP contou com a participação da UNE, CGTB, CGT, CAT, Força Sindical e SDS. A manifestação foi um aquecimento para III Marcha Nacional do Salário Mínimo, que ocorrerá em Brasília, no dia 6 de dezembro. Durante o ato político foi lido o manifesto elaborado pelo conjunto das centrais (veja o texto na íntegra abaixo). Após a atividade, representantes de movimentos sociais e estudantis foram até o Ministério Público do Estado entregar um pedido de liminar para suspender os aumentos das tarifas.

 

Além da recomposição do mínimo as centrais reivindicaram a continuidade da política de reajuste progressivo – que garantiu 25% de ganhos reais no governo Lula – e a correção da tabela do Imposto de Renda, com reajuste de 7,77%, zerando as perdas dos últimos 4 anos.

 

Centrais unidas
III Marcha - Foto Divulga‡Æo CUTO presidente da CUT/SP, Edílson de Paula, fez uma chamamento para III Marcha do Salário Mínimo e denunciou o aumento das tarifas de transporte em São Paulo. "Vamos a Brasília cobrar do presidente Lula uma política de recuperação e valorização do salário mínimo para que o poder aquisitivo da classe trabalhadora aumente. A união com as centrais sindicais é sinônimo de amadurecimento. Essa unificação é fundamental na conquista de nossas bandeiras", enfatizou.

 

O primeiro tesoureiro da CUT, Antonio Carlos Spis, falou em nome dos trabalhadores aposentados. "É muito importante entender que essa mobilização pelo aumento do salário mínimo beneficiará 47 milhões brasileiros. A cada reajuste real do salário mínimo 22 milhões de trabalhadores do mercado formal e informal que ganham até um mínimo são beneficiados. Isso sem falar nos 11 milhões com carteira assinada que recebem até dois salários e nos 14 milhões de aposentados que ganham até um mínimo. Estamos aqui para contestar e pressionar o governo Lula na busca de salário mínimo e da correção do tabela do Imposto Renda", ressaltou.

 

Segundo o presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Antônio Carlos dos Reis (Salim), a marcha exigirá o cumprimento de promessas feitas pelos candidatos no período eleitoral. "Vamos resgatar a dignidade dos trabalhadores por meio da correção do Imposto de Renda e do reajuste do salário mínimo".

 

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira, esclareceu que a luta pela recomposição do salário mínimo, que está em sua terceira edição, só tem a crescer com a unificação das centrais. "Esse é o momento de discutir o reajuste do salário mínimo porque é agora que o governo está decidindo para onde vai o dinheiro".  Em relação ao aumento das tarifas de transportes o sindicalista disse ser um abuso  a decisão que atacará diretamente o bolso do trabalhador.

 

O primeiro secretário da CGTB, Aparecido de Morares, também considerou a conquista do reajuste salarial do ano passado como fruto da unidade sindical. "Com a eleição de Lula temos condições de avançar mais e construir uma nação desenvolvida ". Já  o presidente da Nova Central Sindical, Luiz Gonçalves (Luizinho), ressaltou a importância da disputa da hegemonia no governo Lula. " Se a classe trabalhadora estiver unida com certeza daremos o tom neste próximo mandato", concluiu Luizinho.

 

Para o presidente UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), Tiago Andrade, os movimentos sociais e estudantis precisam trabalhar juntos. "O movimento estudantil tem que travar diálogo para deixar claro que não aceitaremos que o governo trate esses movimentos como criminosos. A luta pelo salário mínimo assim como luta contra o aumento das tarifas no transporte também é nossa. Hoje somos estudantes e amanhã seremos trabalhadores. Vivemos um momento democrático onde o conjunto dos movimentos sociais podem fazer a diferença", frisou Tiago.

 

Outros estados
Rio de Janeiro, Curitiba, Ceará, Porto Alegre, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia também realizaram atividades de mobilização em seus estados.

 

 

 

Íntegra do manifesto

 

Dia Nacional de Luta 2006

 

Por um salário mínimo de R$ 420,00

 

No dia 6 de dezembro, a classe trabalhadora brasileira, convocada pelas centrais sindicais, realizará a "III Marcha Nacional do Salário Mínimo", pela valorização permanente do salário mínimo, pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário e pela correção da tabela do IR, tomando as ruas da capital federal em mais uma atividade da maior campanha salarial do mundo, que busca o desenvolvimento econômico e social, com distribuição de renda em nosso país.

 

Reivindicando salário mínimo de R$ 420,00, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e reajuste de 7,77% na tabela do Imposto de Renda, milhares de trabalhadores de todo país estarão em Brasília, para exigir dos parlamentares e do Governo que o Orçamento da União destine recursos necessários à implementação dessas metas e para as políticas sociais no próximo ano.

 

Cerca de 43 milhões de trabalhadores, no mercado formal e informal, recebem até 2 salários mínimos. Outros 16 milhões de aposentados e pensionistas recebem benefícios de até 1 salário mínimo. O salário mínimo é referência para: as remunerações de baixa renda, o piso de benefícios previdenciários, o valor do seguro-desemprego, o abono salarial e o auxílio-maternidade. É um importante instrumento de redução da pobreza e das desigualdades e se constitui em mecanismo de ativação do mercado interno com o conseqüente desenvolvimento econômico.

 

Como se observa, consolidar uma política permanente de valorização do salário mínimo significa acima de tudo distribuição de renda e ampliação do poder aquisitivo de uma expressiva parcela da população em todo país, principalmente nos Estados e Municípios mais carentes.

 

O aumento do salário mínimo e o reajuste da tabela do Imposta de Renda – diminuindo a carga tributária do trabalhador – significam mais consumo, mais emprego e mais renda, num ciclo de crescimento que se contrapõe aos juros, ao superávit primário altos e à especulação financeira. Prioridade social no Orçamento para atingirmos a justiça social plena, esta é a nossa luta e o nosso compromisso! Todos à Brasília.

 

. POR UMA POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO

 

. REAJUSTE DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA EM 7,77%

 

. REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO PARA 40 HORAS

 

. DESENVOLVIMENTO COM DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

 

Assinam: CUT, CGTB, CGT, CAT, Força e SDS

 

Fonte: CUT

 

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