(São Paulo) Acontece nesta quinta-feira, dia
Os parlamentares, com a escandalosa tentativa de aumentar em 90,7% seus próprios salários, quase conseguiram antecipar o título deste ano. Estão na reta final com os banqueiros – participantes assíduos da competição pelas más condições de trabalho e pela péssima divisão dos lucros entre os trabalhadores e a sociedade. Mas a concorrência é grande. O presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, o atual governador Cláudio Lembo e o ex Geraldo Alckmin também estão no páreo pelo caos em que se encontra o banco estadual: a atual gestão proibiu a contratação de pessoal, situação que somada às novas contas que migram do Santander Banespa causa grandes dificuldades a clientes e bancários.
“A corrida é mais uma forma descontraída, e aberta a toda a população, que a categoria encontrou para protestar”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato. “Preocupa aos bancários e à população de São Paulo, a maneira como tucanos e pefelistas administram o último banco do estado”, completa o dirigente.
Na votação pela internet (www.spbancarios.com.br), o Bradesco está disparado na frente. A recusa em pagar uma participação maior nos lucros aos trabalhadores, apesar do excelente resultado apresentado, está levando o banco de Márcio Cypriano a forte concorrente ao prêmio de São Pilantra 2006. Santander Banespa e Itaú, além da Nossa Caixa, também estão muito bem votados.
Em 2005
No ano passado, o vereador Dalton Silvano sagrou-se o grande vencedor da competição, graças à criação do projeto de lei que queria proibir a instalação das portas de segurança nos bancos da cidade. A medida não entrou em vigor por causa da forte atuação dos bancários. Em segundo lugar, ficaram os banqueiros do Grupo Santander Banespa – pela demissão de mais de 600 trabalhadores às vésperas do Natal. Logo atrás vieram Bradesco – pela violência contra os bancários durante a campanha salarial de 2005 –, ABN Real – pelo desrespeito aos direitos – e HSBC – por tentar forçar o trabalho aos sábados.
Tradição
A corrida realizada pelo Sindicato desde 1998 foi criada para pressionar o antigo banco Mercantil de São Paulo (hoje controlado pelo Bradesco) a pagar a participação nos lucros e resultados devida aos funcionários. Deu certo. Ao longo dos anos, o Unibanco sagrou-se o grande campeão da pilantragem, com três “conquistas” (1999, 2000 e 2002, todas por demissões e desrespeito à liberdade sindical), sendo que em 2000 dividiu o título com o juiz Lalau. Em 2001 o vencedor foi Paulinho, presidente da Força Sindical, por sua atuação a favor da flexibilização de direitos da CLT. Em 2003, o ABN Real de Fábio Barbosa, que demitira 190 pessoas às vésperas do Natal, foi o campeão. No ano passado, foi a vez do banqueiro Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos.
Fonte: Cláudia Motta – Seeb SP