(São Paulo) Os bancários do Unibanco querem convidar o instituto norte-americano “Great Place To Work” para conhecer as condições de trabalho oferecidas pela empresa. Recentemente, a entidade elegeu o Unibanco como uma das cem melhores empresas para trabalhar. Semanas depois do anúncio, o banco pagou milhões de reais para os executivos e “trocados” para alguns empregados, numa das participações nos resultados mais discriminatória do sistema financeiro nacional. Em alguns casos, os bancários receberam menos de R$ 100. Muitos, nada receberam.
“O Unibanco não tem Plano de Cargos e Salários, não paga hora-extra, não oferece nenhum auxílio-educação e tem uma remuneração que discrimina a maior parte dos funcionários. Como uma empresa assim pode ser um bom lugar para trabalhar? Os bancários do Unibanco estão revoltados e com muita vontade de encampar uma greve”, avalia Valeska Pincovai, diretora da Fetec São Paulo e funcionária do banco.
A revolta dos bancários começou no último dia 24 de agosto, quando o Unibanco pagou a Remuneração Variável (RR mensal) para a rede de agências sem qualquer negociação com o movimento sindical. De forma unilateral, a direção da empresa decidiu que seus funcionários mereciam uma miséria de remuneração. Mas, no mesmo dia, o banco pagou para algumas áreas administrativas o Programa de Participação nos Resultados (PPR), distribuindo milhões de reais entre os executivos.
“Os sindicatos estão recebendo muitas reclamações. Ninguém consegue entender o porquê desta discriminação. Há tempos que a COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Unibanco reivindica um programa de remuneração variável justo para todos os funcionários. Mas a direção da empresa se recusa a sequer discutir”, explica Jair Alves, coordenador da COE.
Segundo ele, os representantes dos bancários já tiveram reuniões com o banco para debater o assunto. O Unibanco chegou a apresentar um programa de remuneração, denominado Bônus, que englobaria a PPR, PLR e a RR. “Mas de uma hora para a outra a direção do Unibanco resolveu que não tinha tempo hábil para estendê-lo a todos os bancários. Isso é um desrespeito com os funcionários, porque todos contribuíram para que a empresa batesse novos recordes de lucratividade. Todos merecem o mesmo tratamento na hora de repartir os ganhos”, finaliza Jair.
Truculência
Num claro reconhecimento dos problemas a que submete os seus empregados, o Unibanco começou esta semana a derrubar mais de cem metros de cerca do Centro Administrativo (CAU),
Veja as principais reivindicações dos bancários do Unibanco:
Plano de Cargo e Salários
Melhores condições de trabalho
Fim do assédio moral
Remuneração justa para todos
Fim da compensação de horas-extras
Auxílio educação
Segurança
Fonte: Contraf-CUT