(São Paulo) O Sindicato de São Paulo iniciou nesta segunda-feira, dia 19, uma campanha contra assédio moral. O problema é tão grave que em uma consulta feita pela entidade, entre janeiro e fevereiro de 2006, os bancários revelaram alguns problemas relacionados à saúde.
Nesta segunda-feira, dia 19, uma conferência realizada na sede do Sindicato, com o tema “Assédio Moral e Adoecimento Mental nos Bancários”, abriu a campanha desenvolvida pela categoria para denunciar publicamente que os bancários estão entre os que mais sofrem desses abusos nos locais de trabalho.
Nesta terça, o Sindicato fez protestos em duas instituições: ABN/Real e Santander Banespa, com agências paralisadas e leituras de manifesto.
Além disso, a entidade também distribuiu um folder denunciando os problemas na categoria.
Números
Na consulta feita pelo Sindicato, 55% disseram que vivem tensos ou preocupados, 38% dormem mal, 36% sofrem constantes dores de cabeça, 31% sentem tristeza freqüentemente, 25% têm dificuldade de elaborar pensamentos claros, 10% têm falta de apetite, 9% se consideram “inúteis” e 3% têm idéias suicidas.
“São transtornos mentais que podem levar a quadros graves e o pior, vêm aumentando em escala dentro da categoria bancária. São resultantes principalmente da forma como se cobra o cumprimento de metas de produção cada vez maiores, mas há várias razões para provocar um comportamento moralmente agressivo por parte dos gestores”, avalia o diretor de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Walcir Previtale Bruno.
Com a campanha, o Sindicato vai mostrar que o assédio moral não se limita às relações desgastantes entre chefes mal preparados e funcionários pressionados. A violência psicológica contra trabalhadores é parte da organização das empresas, como forma de garantir produtividade e as conseqüências à saúde mental e física dos funcionários deveriam ser tratadas como acidentes de trabalho.
Fonte: Elisângela Cordeiro e Ricardo Negrão – Seeb SP