(Maceió) Elevação do piso salarial e melhorias nos Planos de Cargos e Salários são algumas das reivindicações que os bancários de Alagoas querem incluir na campanha nacional deste ano. As indicações foram feitas durante o 7º Congresso Estadual da categoria, realizado no final de semana, na cidade de Maragogi. O evento, que reuniu mais de 150 trabalhadores, avaliou que não basta lutar apenas por reposição da inflação, mas por uma política de recuperação efetiva dos salários, que remunere de forma mais justa a categoria, resgatando o seu poder aquisitivo.
Para alcançar tais objetivos, os participantes do Congresso compreenderam que é necessário aperfeiçoar as estratégias de luta e construir uma unidade ainda maior dos trabalhadores, envolvendo todo o ramo financeiro. Além disso, as campanhas por melhorias salariais, condições de trabalho, manutenção dos direitos e ampliação das conquistas têm que ser permanentes, e não apenas na data-base.
"A luta tem que ser todo dia, na resistência, no local de trabalho. O perfil do sistema financeiro e do bancário mudaram, as premissas do mundo do trabalho são outras, mas nossas campanhas continuam sendo feitas sobre premissas anteriores", disse o presidente do Sindicato, Sérgio Braga, que fez palestra sobre Negociação Coletiva e Remuneração. Para ele, cabe aos bancários analisar os últimos encaminhamentos das campanhas e discutir que estratégias devem ser usadas daqui em diante.
Um aspecto fundamental nesse novo estágio da luta é construir a Convenção Coletiva dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. Segundo Miguel Pereira, diretor executivo da Contraf-CUT, a Convenção possibilitará unir todos os trabalhadores que foram segmentados pelo sistema financeiro e que, de uma forma ou de outra, executam a atividade bancária.
"Hoje existem 408 mil bancários, mas 600 mil outros trabalhadores atuam na área da intermediação financeira. São promotores de venda, terceirizados, empregados de lotérica e correspondentes, entre outros. Eles recebem salário menor que o do bancário e são enquadrados na categoria dos comerciários", disse Miguel Pereira, durante palestra sobre o Ramo (Trabalhadores do Sistema Financeiro).
O 7º Congresso dos Bancários de Alagoas foi aberto na sexta-feira (1º/06) com a presença maciça dos bancários inscritos. A mesa foi composta por representantes do Sindicato, Contraf, Fenae, CUT, Instituto Humanus e Fetec Nordeste. Além de Miguel Pereira, representando a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Pedro Eugênio, vice-presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal, também prestigiou o evento, fazendo uma exposição sobre as questões específicas da CEF.
Após discussões nos grupos de trabalho da Caixa, Banco do Brasil e bancos privados, a plenária final do Congresso aprovou propostas para a campanha nacional deste ano, que serão levadas aos demais fóruns de deliberação da categoria: Conferência Estadual e Conferência Regional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. Algumas das propostas são:
– Manter como estratégia central a campanha nacional unificada, sem prejuízo da discussão/negociação das reivindicações específicas por banco;
– Deflagrar, após a campanha da data-base, uma campanha nacional permanente;
– Ajuizar ações preventivas contra os interditos proibitórios, que têm causado prejuízo na organização greves;
– Lutar pelo aumento do piso salarial, tendo como parâmetro o mínimo do Dieese;
– Lutar pela isonomia de direitos entre os bancários dos bancos públicos;
– Introduzir na pauta de reivindicações novas conquistas;
– Intensificar o combate ao assédio moral, buscando formas de adquirir provas e fazer a denúncia;
– Intensificar o combate às terceirizações, com denúncias e ações junto ao Ministério Público e a Justiça do Trabalho;
– Desenvolver uma campanha de mídia para denunciar a exploração dos bancos e desmascarar a falsa imagem que eles transmitem nas peças publicitárias e de marketing.
Fonte: Seeb AL