O Sindicato dos Bancários de Sergipe realizou na última sexta 2, a ‘lavagem do desrespeito’ na Agência Central do Banco do Estado de Sergipe, Banese. O ato teve o objetivo de protestar contra o pedido de adiamento da rodada de negociação que estava marcada para esta sexta-feira, às 14 horas.
A greve nacional dos bancários já completou nove dias, são 7.053 agências fechadas em todo o Brasil. Em Sergipe conseguimos fechar quase 70% das agências. O Sindicato reforça que a greve é para toda a categoria bancária porque, quanto mais ela for forte, mais rápido pode acabar.
De acordo com Reginaldo Gouveia, um dos diretores do Sindicato dos Bancários de Sergipe, lavar a calçada é uma forma de protesto contra a falta de transparência com os bancários. “Os baneseanos querem negociar sua minuta específica de reivindicação. O presidente do Banese precisa avançar nas negociações, seguir o exemplo da Caixa e do Banco do Brasil”, reforça.
A diretora Ivânia Pereira, que participou do primeiro dia de negociação com a Fenaban em São Paulo, disse que o ato reivindica uma gestão transparente para o Banese, sobretudo quanto à participação e reconhecimento dos funcionários por parte do banco. “Se o Banese diz que seus lucros estão aumentando, por que não negociar com seus funcionários a pauta de reivindicações?”, questiona.
Para o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Edival Góes, a iniciativa do Sindicato dos Bancários é importante para abrir o diálogo com a população, principalmente com o Banese. “O ato reflete a luta por mais democracia e liberdade para os bancários. A CTB apoia diretamente a luta dos bancários, por entender que a greve é um ato justo e constitucional”, completa.
O presidente do Seeb/SE, José Souza, reforçou o convite aos baneseanos para participarem da greve, reforçando que o Sindicato está forte e vigilante na luta pela negociação. “Lavar a calçada do Banese é um ato de amor e carinho para com o banco, isso reflete o respeito que o Sindicato dos Bancários de Sergipe tem pela entidade”, afirmou Souza.
Reunião com o Banese
Enquanto rolava a lavagem da calçada do Banese, o presidente do banco, Saumínio Nascimento, chamou a direção do Sindicato para deliberar sobre a pauta de negociação específica dos baneseanos. Para a direção do Sindicato dos Bancários, o Banese não pode mais adiar as negociações, devendo seguir o exemplo do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, que já estão discutindo suas pautas específicas independentemente da Fenaban.
Saumínio Nascimento explicou que o adiamento não foi para postergar a negociação, mas sim para que a diretoria do Banese pudesse amadurecer a pauta. “Precisamos discutir internamente para assim deliberar as reivindicações, entendemos que os objetivos, tanto do Sindicato como do Banese, não são distintos, e que a negociação irá se realizar”, afirmou.
José Souza destacou que o interdito proibitório solicitado pelo Banese só desgasta a imagem do Banco. Ele lembrou que o SEEB/SE sabe de suas responsabilidades com o patrimônio do Banco e que a lavagem da calçada do Banese Central foi uma prova disso.
“O ludismo já passou, o que nós queremos é negociação e a reunião de hoje é muito importante, pois mesmo que a negociação com Comando Nacional avance isso não quer dizer que a greve do Banese acabe. E lembra que, independente da negociação com a Fenaban, o Banese deve negociar a pauta específica”, afirma Souza.
Para o diretor do SEEB/SE Luiz Alves (Lula), a realização da reunião de hoje foi importante para destacar a importância do diálogo e buscar o caminho para o atendimento das reivindicações dos bancários. “A situação dos baneseanos hoje é de desmotivação, o que só prejudica a entidade e seus clientes. Lula lembrou que os baneseanos vão continuar em greve mesmo que os bancos retornem na próxima segunda-feira”, disse.