Enquanto o Comando Nacional dos Bancários espera uma proposta decente e sem ataques aos direitos trabalhistas, na nona rodada de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) que acontece nesta quinta-feira (23), em São Paulo, bancários de todo o Brasil continuam realizando fechamentos de agências e retardando o atendimento em protesto contra a proposta insuficiente de 0,5% de aumento real e corte de direitos (como PLR na licença-maternidade e de afastados) apresentada na tarde e noite de terça-feira (21), e rejeitada ainda em mesa pelos representantes dos trabalhadores.
Em Rondônia, na manhã de hoje, os bancários retardaram o atendimento da agência do Itaú da avenida Dom Pedro II, no Centro de Porto Velho. Ontem o protesto aconteceu na agência do Bradesco da avenida Sete de Setembro, também no Centro.
Os cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander), que dominam a mesa de negociações da Fenaban, mesmo depois de ter lucrado R$ 77,4 bilhões em 2017 (crescimento de 33,5% em relação a 2016) e de ter tido um primeiro semestre de 2018 com lucros recordes, que somam R$ 42 bilhões (18% a mais do que o obtido no mesmo período de 2017), insistem em uma proposta de reajuste com aumento real de apenas 0,5%, além de alterações e exclusões de diversas cláusulas da atual Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, que leva a cortes de direitos dos trabalhadores, como o pagamento proporcional, e não mais integral, da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) das bancárias em licença-maternidade e de afastados por doença ou acidente quando do retorno.
Palco do protesto da manhã de hoje, o Itaú obteve lucro líquido recorrente de R$ 12,8 bilhões no primeiro semestre de 2018, que corresponde a um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2017, ano em que obteve o maior lucro da história de uma instituição financeira no Brasil. O lucro do Itaú evidencia que os bancos podem valorizar seus trabalhadores com aumento real, o fim das demissões e respeito às conquistas históricas da categoria.
O Itaú é um dos defensores da nefasta ‘deforma’ trabalhista e foi um dos primeiros a adotar pontos da nova legislação como, por exemplo, a retirada das homologações dos sindicatos, prejudicando a conferência do correto pagamento dos bancários.