Bancários do BB retardam abertura da agência Tambaú em João Pessoa

Nesta quarta-feira, 10 de março, os bancários retardaram a abertura do expediente ao público da Ag. Tambaú, do Banco do Brasil, na capital paraibana, das 10h às 11h, em protesto contra a falta de funcionários, o Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), o Plano Odontológico e as condições de trabalho.

Dando continuidade às paralisações parciais iniciadas na semana passada, os sindicalistas utilizaram carro de som, faixas e distribuíram o Jornal do Cliente para melhor esclarecer a sociedade sobre os motivos do protesto. A atividade faz parte de um calendário de lutas com o propósito de pressionar a direção do BB a contratar mais funcionários e atender a outras reivindicações do funcionalismo, nas mesas de negociação específica.

Para Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Praíba, “não faz o menor sentido o banco público que obteve o maior lucro de todos os tempos (R$ 10,148 bilhões em 2009) continuar massacrando funcionários, clientes e usuários”. O sindicalista chamou a atenção da sociedade para o tamanho do lucro da instituição financeira oficial.

Francisco de Assis ‘Chicão’, diretor do Sindicato, funcionário do BB e conselheiro fiscal da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) denunciou que o número de funcionários aumentou apenas 3% (de 90,9 mil para 93,9 mil) no período de 2002 a 2009, enquanto o banco cresceu exageradamente em outros segmentos: o número de agências aumentou 58% (de 3.164 para 5.000); o ativo total do banco deu um salto de 200% (de R$ 204 bilhões para R$ 610 bilhões); e o número de contas correntes duplicou (de 15,4 milhões para 31,7 milhões);. “E isso é um absurdo, que tem de ser combatido com a mesma intensidade da barbárie cometida contra funcionários, clientes, usuários e a sociedade em geral”, denunciou.

Segundo o dirigente sindical, o resultado dessa discrepância gera um verdadeiro massacre nas milhares de dependências do Banco no País, com consequências irreparáveis para os funcionários: choro nos banheiros, onde as funcionárias são maioria; vaias em caixas que se afastam para ir ao banheiro ou fazer uma refeição rápida; agressões verbais e até físicas de clientes e usuários estressados; doenças físicas e mentais. “Chegamos ao cúmulo de perder uma funcionária na região do Brejo, que suicidou-se utilizando o revólver do vigilante, e a demissão inédita de um gerente, dando justa causa ao Banco, por conta do assédio moral”, arrematou Chicão.

Enquanto uma parte da diretoria do Sindicato realizava o protesto no autoatendimento, os funcionários se reuniam com os demais diretores da Entidade para discutir, dentre outros assuntos, o Plano de Cargos, Carreira e Salários, Plano Odontológico e condições de trabalho no interior da agência Tambaú, do Banco do Brasil.

“O funcionalismo do BB precisa estar constantemente mobilizado para forçar uma solução para todos esses problemas, nas negociações permanantes”, concluiu Marcos Henriques.

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