(São Paulo) Nesta manhã, antecedendo a quinta rodada de negociação com a Fenaban na tarde desta terça-feira, os bancários de várias regiões do país voltaram às ruas exigindo maior respeito ao processo negocial, que já se encontra há 20 dias praticamente estagnado, sem qualquer proposta de acordo por parte dos patrões.
Os protestos desta terça coincidem com o início da Jornada Internacional de Luta na América Latina, cujo objetivo é pressionar os bancos multinacionais por respeito, ampliação de direitos e o fortalecimento da organização sindical. O alvo deste dia 19/09 é o Santander, que deverá ser seguido pelo Grupo BBVA na quarta, pelo ABN/Amro na quinta e pelo HSBC na sexta-feira.
Em São Paulo, as atividades contaram com envolvimento de 1.500 trabalhadores em paralisação do Centro Administrativo do HSBC, no Ceasa, e cerca de 400 bancários durante o retardamento na abertura das agências do Santander Banespa, HSBC e ABN Real, do centro da cidade. Em ambos, os serviços só foram retomados após as 12h.
Na região do ABC, foram paralisadas em uma hora 30 agências de Rudge Ramos, Taboão e Paulicéia com participação de aproximadamente 700 bancarios. Houve distribuição de carta aberta aos clientes e usuários de bancos. Em assembléia de rua, os bancários ratificaram a pressão sobre os banqueiros para que as reivindicações da campanha salarial sejam atendidas. Além da atividade da campanha nacional, foi realizada leitura de manifesto com panfletagem em 42 agências do Santander Banespa.
Em Catanduva, o sindicato promoveu manifesto em nove agências de Monte Alto (Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Unibanco, Santander Banespa, Nossa Caixa, HSBC, ABN Real e Itaú), com palhaço distribuindo pães e “banqueiro” distribuindo “Vale Pão e Água”. O protesto, que se estendeu das 9h30 às 12h, contou também com distribuição de carta aberta e envolvimento de 110 pessoas. “Se essa rodada for só enrolação, a campanha será intensificada. Nos próximos dias pode haver uma greve geral da categoria e os trabalhadores é que vão decidir como ela será. Afinal, já passamos quase 20 dias da nossa data-base e até agora nada”, antecipa o diretor Paulo Franco.
O Sindicato dos Bancários de Guarulhos e Região paralisou, nesta manhã, as agências do Bradesco, Itaú, ABN Real, Caixa Federal, BB, Nossa Caixa, HSBC, Unibanco e duas agências do Santander Banespa, no bairro de Vila Galvão. A atividade teve início às 7h e se estendeu até às 11h. O Unibanco tentou intimidar os diretores do sindicato, enviando fotógrafo para registrar a atividade e entrar na Justiça contra a entidade.
Em Araraquara foi realizada manifestação na agência do Bradesco/Rua Padre Duarte, com atraso na abertura de uma hora e conversa com clientes e bancários sobre do andamento das negociações e da importancia da participação nas atividades da categoria.
Em Assis, foi retardada a abertura da agência do Itaú, com entrega de panfletos para clientes e reunião com funcionários. Em Limeira, houve atraso na abertura da unidade centro do Santander Banespa até às 12h, além de retardo, das 8h para as 9h30, na entrada dos funcionários da Regional do banco de origem espanhola.
Em Presidente Prudente, houve paralisação de quatro agências do Itaú até às 12h e no Vale do Ribeira foi realizada manifestação nas agências do Bradesco, Santander Banespa e Caixa Federal de Jacupiranga, com distribuição de material das 10h às 13h.
“O ritmo crescente das atividades demonstra a insatisfação da categoria e aponta para a disposição do bancário em radicalizar as mobilizações, caso os banqueiros não apresentem proposta que atendam as necessidades dos trabalhadores”, aponta o presidente da FETEC/CUT-SP, Sebastião Geraldo Cardozo.
Fonte: Lucimar Cruz Beraldo – Fetec SP