Bancários da ativa e aposentados das cidades de Bom Jesus, Água Branca, Simplício Mendes, Floriano, Esperantina, Paulistana, Picos, Parnaíba, Castelo do Piauí, Corrente, Uruçuí, Gilbués, Timon, Miguel Alves, Altos, Piripiri e Teresina prestigiaram o XXXI Encontro Estadual dos Bancários do Piauí. O evento foi realizado neste sábado (4), no auditório do Sindicato dos Bancários do Piauí e contou com as palestras da economista do Dieese, Vivian Machado Rodrigues; o diretor Executivo da Contraf-CUT, Adilson Barros, e do psicólogo Ricardo Cruz.Esse foi o primeiro passo de construção da pauta para Campanha Salarial 2016 e a oportunidade de ouvir as reivindicações da categoria bancária.
Na abertura, o presidente do Sindicato do Piauí, Arimatéa Passos, destacou a importância do evento e agradeceu a presença dos bancários e bancárias das várias cidades do Piauí, que se deslocaram até Teresina para participar do evento. Ele aproveitou para falar sobre as discussões que servirão de base para elaboração da pauta da Campanha Salarial.
Por sua vez, a primeira tesoureira, Francisca de Assis Araújo, também deu as boas-vindas a todos e fez um breve discurso sobre as temáticas que seriam discutidas pela categoria.
Teresa Sousa, da Fetrafi-NE, falou que o encontro é imprescindível para construção da pauta que servirá de base para os Encontros Nacionais do BB, BNB e Caixa. Na oportunidade, houve a leitura do Regimento Interno.
A palestrante Vivian Machado Rodrigues abordou o tema “Conjuntura Econômica Nacional e Bancária” e fez uma explanação sobre o atual cenário brasileiro. “No atual cenário, acho importante alertar os bancários para questão da conjuntura econômica, que está um pouco mais difícil e chegou a atingir esse ano os resultados dos bancos. Se antes eles já choraram, imagine agora. E temos a questão tecnológica que está em evidência, as agências digitais, principalmente dos bancos, que empurram seus clientes para o atendimento digital”, disse, mencionando que isso vem colocando em risco o emprego da categoria. “Foram mais de 32 mil postos bancários fechados em quatro anos e isso é preocupante”.
A economista ressaltou que não existe crise no setor bancário, isso porque os resultados deles são extraordinariamente altos, “mas este ano, especialmente nesse primeiro trimestre houve queda sim no resultado dos bancos, porém, os bancos cobrem a folha de pagamento, que eles choram para dar aumento para os bancários, apenas com a receita de tarifas que é uma receita secundária do banco, e o resultado da intermediação fica livre e os bancários geram esse resultado com o trabalho deles”, ponderou.
Seguindo a programação, o psicólogo Ricardo Cruz abordou o tema “Saúde do Trabalhador”, destacando a diferença entre tristeza e depressão, esclarecendo as situações dentro do setor bancário que vem deixando a categoria adoecida e refém de medicação, principalmente diante das cobranças pelo cumprimento de metas, assédio moral e estresse causado pelas constantes imposições dos seus superiores.
Em seguida, Adilson Barros, da Contraf-CUT, falou sobre a conjuntura política brasileira e disse que “o susto que levamos nessa mudança de governo pelo vice-presidente Michel Temer, foi muito ruim, porque foi um governo eleito democraticamente pelo povo e acaba tendo uma sucessão que fere um pouco o direito democrático no país, então, essa conjuntura hoje é ruim porque começa muito mal na escolha do seu ministério e começa a sinalizar que haverá cortes de direitos dos trabalhadores conquistados ao longo dos seus treze anos”, enfatizou, mencionando que existe um foco de resistência através de duas frentes importantes no país, e também capitaneado pelas centrais sindicais, como a CUT.
“Olhando um pouco para a nossa pauta, a gente entra fortalecido porque o trabalhador que apostou nessa mudança, ele está se sentindo enganado e precisa refletir que esse governo vai ser nefasto para todos nós, inclusive com a retirada de direitos e uma política de privatização no setor público”, complementou Adilson.
Durante o Encontro houve ainda a escolha dos delegados que participarão dos encontros nacionais do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e bancos privados.