Intimidação ocorreu em Igrejinha e Taquara, no Vale do Paranhana (RS)
As paralisações de duas horas realizadas na quinta-feira (23) nas agências do Banrisul, em Taquara e Igrejinha, no Vale do Paranhana, interior do Rio Grande do Sul, foram marcadas pela violência policial. Em vez de reabrir as negociações sobre a proposta de plano de carreira, o banco chamou a polícia para intimidar os funcionários.
No início dos protestos, em Taquara, a Brigada Militar (BM) chegou e sem qualquer dialogo já foi dando voz de prisão, tentando algemar a diretora do Sindicato dos Bancários do Vale do Paranhana, Ana Betim. Além disso, os policiais mandaram outros dirigentes encostar na parede para uma revista, sempre sob gritos e ameaças, como se fossem bandidos.
Ana e os demais sindicalistas ali presentes tentaram explicar as razões da paralisação, mas não conseguiram demover os policiais a mudarem suas atitudes, pois continuaram com a postura autoritária, com gritos e ameaças constantes de prisão, sob o comando de um sargento.
Em Igrejinha, a BM usou três viaturas para intimidar os bancários, além de ameaças e constrangimentos. Os próprios brigadianos arrancaram as faixas do Sindicato, desrespeitando a organização sindical e a liberdade de expressão.
O Sindicato, a Fetrafi-RS e a Contraf-CUT repudiam o autoritarismo e o uso da força policial pelo Banrisul contra o movimento dos trabalhadores. Abusos como esses são intoleráveis. “Pensamos que atos como esses já estivessem sido abolidos em nosso estado”, argumenta o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha.
As entidades sindicais já estão tomando providências junto ao banco e ao comando geral da BM para que isso não se repita nunca mais. “As forças policiais, ao invés de ficar reprimindo os movimentos sociais, deveriam atuar para garantir segurança para a sociedade e proteger a vida das pessoas”, defende o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.