Os trabalhadores bancários promovem nesta quinta-feira, desde às 7 horas da manhã, protesto na sede administrativa do HSBC localizada no Hauer, em Curitiba. Outra manifestação está ocorrendo simultaneamente no HSBC 24 de Maio ou Michelangelo, como também é chamado. Estima-se que 3,7 mil trabalhadores bancários estarão de braços cruzados até às 9h30 da manhã. Não há prejuízo algum para a população, já que nestes casos, o atendimento telefônico realizado pelo banco e localizado nestes locais é transferido para São Paulo.
A “Porta do Inferno” foi colocada na entrada de um dos blocos do Centro Administrativo HSBC Hauer. O Sindicato dos bancários de Curitiba e Região (Seeb Curitiba) recebe denúncias diárias de assédio moral, pressão por cumprimento metas e ameaça de demissões no banco. Em época de campanha salarial, os funcionários – para burlar o movimento grevista, são convocados para iniciar o expediente às 4 e 5 horas da madrugada. São instaladas geladeiras para que os funcionários não precisem deixar o prédio para realizar as refeições.
Outro grande problema no HSBC é a falta de transparência na comunicação interna que causa transtornos para os funcionários e um péssimo clima organizacional. No início do mês, por exemplo, um boato sobre o projeto de integração do banco com os demais países em que está presente na América Latina, gerou preocupação entre aos bancários, temerosos de uma nova onda de demissões em massa, comuns no banco. “Se instaura um clima de intranqüilidade e pânico nos bancários”, explica Otávio Dias, presidente do Sindicato. Em reunião com os representantes dos bancários, os diretores do HSBC desmentiram o boato.
Ontem (24 de setembro), a Federação Nacional dos Bancos propôs aos bancários um reajuste de 7,5%, o que significa apenas 0,3% de ganho real – a inflação apurada pelo INPC para o período é de 7,15%. As demais verbas como vales-refeição e alimentação e a Participação nos Lucros e Resultados seriam corrigidos pelo mesmo índice. A Fenaban manteve a proposta de reduzir direitos dos trabalhadores como estabilidade para a pré-aposentadoria, auxílio-creche e vale-transporte. Os banqueiros também negaram algumas das mais importantes reivindicações presentes na minuta, como maior segurança bancária, Plano de Cargos e Salários, fim das metas abusivas, auxílio-educação e ampliação da licença-maternidade.