Os bancários do Itaú Unibanco fizeram nesta quinta-feira (25/3) um Dia Nacional de Luta, com paralisações de agências e manifestações em todos os estados, intensificando a campanha pelo pagamento dos 2,2 salários de participação nos lucros e resultados para todos. O banco creditou a PLR cheia apenas para uma parte dos funcionários, mas aumentou os dividendos dos acionistas e a bolada dos altos executivos. No ano passado, entretanto, com lucro menor, pagou os 2,2 para todos.
No Rio de Janeiro, o Sindicato paralisou as nove principais agências do Centro da cidade até o meio-dia. “As paralisações, coordenadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Sistema Financeiro (Contraf-CUT), vão continuar e se ampliar nacionalmente até que o banco sente para negociar”, advertiu Carlos Maurício, representante do Rio de Janeiro na Comissão de Organização dos Empregados (COE).
Covardia e injustiça
Durante a paralisação do Rio de Janeiro, a diretora do Sindicato Adriana Nalesso foi contatada, por telefone, pelas gerências de Relações do Trabalho e de Relações Sindicais do banco. Solicitaram que fosse autorizado o trabalho da compensação. A dirigente respondeu que o Sindicato autorizaria desde que o banco demonstrasse a mesma boa vontade e marcasse uma negociação sobre a PLR.
“O Itaú Unibanco comete uma enorme injustiça e covardia ao beneficiar acionistas e altos executivos e não valorizar aqueles que de fato constróem o lucro da empresa”, criticou Adriana. A diretora lembrou que não há justificativa para este procedimento. “É o maior banco privado do hemisfério sul e teve o maior lucro entre todos eles. Nada justifica este desrespeito. Queremos negociações, PLR cheia, e vamos conquistar isto nas ruas, parando as agências, mostrando aos clientes que eles também são explorados, através de tarifas e juros extorsivos”, advertiu a dirigente.
Outras pendências
Izabel Menezes, também diretora do Sindicato e da COE, lembrou que, para pagar a PLR cheia para todos, seria necessário um aporte de R$ 32 milhões. “É uma quantia pequena para o maior banco privado do Brasil que sequer geraria encargos trabalhistas, já que é complementar ao salário. Tem todas as condições de pagar, tanto que aumentou em 86% o bônus dos executivos, e pagou mais, também, em dividendos aos acionistas”, afirmou.
Izabel frisou que, além da questão da PLR cheia, o movimento sindical bancário exige a negociação para discutir outras pendências. Entre elas estão o auxílio-educação, o aumento das metas que já eram absurdas, demissões, plano de saúde, funcionamento precário das agências e desvio de função.
Dividendos aos acionistas de 2009
25%: R$ 1,8 bilhões
33%: R$ 3,4 Bilhões
aumento de 89%
PLR dos altos executivos
2008 – R$ 121 milhões
2009 – R$ 225 milhões
aumento de 86%