Acusado de fraude, Europa vai investigar o Goldman Sachs

O Estado de S.Paulo
Jamil Chade de Genebra

Acusado de fraude nos Estados Unidos, o Goldman Sachs que distribui US$ 5,3 bilhões em bônus a seus executivos no primeiro trimestre, agora vai ser investigado também na Europa.

Ontem 18, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou que pedirá a abertura de um processo. Na Alemanha e em outros países europeus, as autoridades também preparam investigações, em um sinal de que a pressão cresce sobre o maior banco de investimentos do mundo.

No final da semana passada, a empresa foi processada por fraude nos Estados Unidos e por ter gerado a perda para clientes de US$ 1 bilhão. Neste fim de semana, a imprensa inglesa revelou que a empresa indicou que daria bônus de U$ 5,3 bilhões a seus executivos, ampliando a polêmica em relação ao banco.

No ano passado, o banco já havia distribuído US$ 15,3 bilhões em bônus. Brown, em pleno período eleitoral, se diz chocado com a atitude da empresa, quer uma investigação também sobre os bônus e acusou o Goldman Sachs de “falência moral”.

Nos Estados Unidos, as autoridades abriram na sexta-feira um processo contra o Goldman, acusando de vender produtos que sabia que fracassariam se a bolha no mercado imobiliário explodisse. O banco não teria dito aos investidores que esses produtos haviam sido desenhados por grupos que estavam justamente apostando no fracasso desses papéis.

Entre os maiores compradores desses produtos estavam bancos do Reino Unido e Alemanha. O Royal Bank of Scotland, por exemplo, havia comprado papéis no valor de US$ 841 milhões.

Hoje, o banco é controlado pelo Tesouro britânico e o Reino Unido foi obrigado a colocar US$ 70 bilhões para salvar o banco.

Gordon Brown apela por uma “investigação especial” diante do anúncio da distribuição de bônus e dos prejuízos gerados aos cofres ingleses. Para ele, a Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido precisaria lança investigação imediata.

Brown quer um processo em cooperação com os EUA. A acusação nos EUA indicou que um vice-presidente do grupo, Fabrice Tourre, era alvo central do processo. Tourre tem seu escritório em Londres e teria tido papel central na fraude.

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