A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), em nota, repudia mais um ataque ao banco "100% público, social e a serviço dos brasileiros". Segundo a entidade, o golpe mais recente do governo – representado pela presidenta do Conselho de Administração, Ana Paula Vescovi – é a mudança no estatuto, permitindo que diretorias da área de controle (Jurídica, Auditoria e Corregedoria) sejam ocupadas por não concursados. Segundo divulgado pelo jornal Valor Econômico, a aprovação no Conselho ocorreu no dia 17.
Apenas Maria Rita Serrano, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração, votou contra a medida. A poucos dias das eleições, tudo evidencia uma corrida contra o tempo para fazer mudanças que, no próximo governo, dificultem a manutenção da Caixa 100% pública, diz a Fenae. "A pretexto de reforçar a eficiência, o que Planalto e Fazenda fazem é, num momento de transição, mais uma intervenção para privatizar a gestão da empresa."
Acabar com a exclusividade de os empregados assumirem diretorias, o que durava quase 30 anos, abre espaço para indicações político-partidárias e para o aparelhamento do banco, acrescenta a federação. "Em agosto, outra decisão absurda: a escolha de vice-presidentes em processo seletivo externo, por uma consultoria privada. Trata-se da destruição da carreira dos bancários e bancárias. A categoria possui qualificação acima da média do mercado. Ainda assim, são desvalorizados e jogados na incerteza do que vem pela frente."
Para os representantes dos funcionários, a retomada da narrativa privatista tem afastado a Caixa dos interesses da sociedade. "O que temos hoje é um banco cada vez menos social e com uma atuação mais parecida com a do setor privado. A Caixa está emprestando menos, cobrando mais nas tarifas, reduzindo o número de trabalhadores, cortando funções e precarizando as condições de trabalho. O 'Compromisso com o Brasil' ficou restrito ao slogan recentemente adotado."
Além da "mobilização permanente" contra o retrocesso, diz a Fenae, não há outra saída a não ser "a escolha, nas eleições de outubro, de projetos que defendam, verdadeiramente, a manutenção da Caixa e de outras empresas públicas como protagonistas na execução de políticas públicas em favor do desenvolvimento econômico e social do país".
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